domingo, 12 de agosto de 2012

De tanto amor...



"Eu vim aqui amor só pra me despedir
E as últimas palavras desse nosso amor, você vai ter que ouvir
Me perdi de tanto amor, ah, eu enlouqueci...
Ninguém podia amar assim e eu amei
E devo confessar, aí foi que eu errei
Vou te olhar mais uma vez, na hora de dizer adeus
Vou chorar mais uma vez quando olhar nos olhos seus, nos olhos seus...
A saudade vai chegar e por favor meu bem
Me deixe pelo menos só te ver passar
Eu nada vou dizer perdoa se eu chorar..."

(Roberto Carlos)

sábado, 28 de abril de 2012

A aprender...


Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.

Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.

Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos. Que posso usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.

Eu aprendi... Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida. Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.

Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.

Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles. Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.

Aprendi que perdoar exige muita prática. Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.

Aprendi... Que nos momentos mais difíceis a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.

Aprendi que posso ficar furioso, tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel. Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.

Eu aprendi... que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso. Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.
.
Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.

Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto.

Aprendi que numa briga eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver. Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.

Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida.

Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.

Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.

Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério. E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.

Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.

Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.

Charles Chaplin

sábado, 7 de abril de 2012

Love is dead



Love is dead when you say it is
Love is dead when you throw it away
Love is dead if you hurt another
Love is dead when you are hurt by another
Love is dead when you know life is over
Love is dead when you call it of...

segunda-feira, 19 de março de 2012

O meu PAI


Para ti, PAI
Seriam precisas mil vidas para que te pudesse agradecer tudo o que tens sido para mim.
Seriam precisas palavras que não existem para te dizer o quanto te quero e o que significas para mim.
Com tamanhas limitações, só posso escrever que te AMO, que te ADORO e que és o grande pilar da minha vida.
Obrigada por seres quem és e por seres o pai único que és.

Feliz dia do Pai

terça-feira, 13 de março de 2012

terça-feira, 6 de março de 2012

Drowning


São as lágrimas, silenciosas jorradas na almofada, silenciosas que caem sem pedir licença, lágrimas que inundam a cama num mar de dor e sal.
Fecho os olhos e o sono não vem. Fecho os olhos e o sonho não vem.
Por fim, uma tristeza infinita de água salobra afoga-me as certezas e as dúvidas.
Preciso encontrar a mão que pára a tormenta,
essa mão que porventura agarrará outro sonho e que descansará... 

sábado, 12 de novembro de 2011

O sonho que sonhei...


Um dia, tive um sonho. Esse sonho ultrapassou todas as barreiras: do que é normal, do que é contido, do que é amor, do que é voar. Foi um sonho que me elevou ao nível do céu. E ali andei a planar, achando que as asas eram verdadeiramente minhas... Caí de uma altura considerável e ao acordar, apercebi-me que as asas eram falsas, que não sabia voar e que o sonho foi só um sonho... Fiquei triste, muito triste, foi duro e difícil aceitar que tinha de viver na realidade.
Porém, a memória do que sonhei foi sempre uma luz que brilhava nas noites escuras. Por vezes, tentava esquecer e conseguia. Outras vezes, mesmo sem querer, lembrava-me dele e doía pois tinha a certeza que não mais iria sonhar esse sonho.
Mas agora, há inúmeras noites seguidas que sonho o sonho que sonhei. E é perturbador porque não consigo esquecer. É perturbador porque sinto protuberâncias nas costas, sinais de asas a nascerem. É perturbador porque não consigo abrir os olhos para acordar. E é perturbador porque, a angústia da descoberta de que afinal os sonhos são fugídios e fugazes, volta a afigurar-se-me como uma possibilidade.
Não me parece que se possa sonhar sem correr o risco de acordar e fascina-me verdadeiramente a possibilidade de jamais acordar mas, em contrapartida, assusta-me verdadeiramente a impossibilidade de jamais sonhar seja com o que for...

Inquietação à espreita


Não entendo.
 Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Clarice Lispector

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

The dream I dream...


"The dream was always running ahead of me.
To catch up, to live for a moment in unison with it, that was the miracle."

Anaïs Nin


domingo, 6 de novembro de 2011

Apenas um coração puro no universo se expõe


"Ubíqua estou atada ao tempo, o estigma
a procurar-me sob a máscara, o rosto.
Mais se crispa o mistério na procura.
De Deus nenhum sinal. So à loucura
do universo meu coração exposto."

(Natália Correia)


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

The sun and the moon



Lembra-me um filme:
"Ladyhawke" (A mulher falcão) - uma lenda mágica sobre um amor inesquecível.






sábado, 29 de outubro de 2011

Na direção do amor


Não fala. Não se explica. Não se vê e muito menos se apalpa. A sua dimensão não cabe na própria palavra de definição, nem há palavras exactas que o definam. Não se sabe porquê nem se sabe o sentido na sua existência. Não tem limites quantificáveis nem padrões comportamentais a serem seguidos. Não é incógnito, não é um mistério nem um mito. Ele existe na sua real personificação em actos e euforias sentimentais. Fala-se dele soletrando uma palavra, mas essa mesma palavra é tão vazia de conteúdo que nem dele sabe falar na sua plenitude, apenas estabelece uma forma verbal para que possa ser identificado. É muito mais que isso, muito mais que palavras e conceitos. Vai para além das teorias e conversas abstractas. É superior ao desejo humano de egoísmo social estabelecendo pontes entre impossíveis. Não tem cheiro nem cor, pode ser todas as cores ao mesmo tempo, e nesse mesmo tempo não ser nenhuma. Pode tudo e o impossível. Fazemos uso dele mesmo sem sequer ser suposto estar a senti-lo!
Não avisa. Surge e instala-se. Sente-se. É a única coisa que é real e coerente dizer-se. Sente-se. A partir deste ponto, nada mais é igual, nada mais é concreto, nada mais é plausível de se previsível. Ficamos subjugados à sua vontade e na qual vamos vivendo segundo a sua rota. Ficamos inconscientes de acções, mas conscientes de que queremos viver com ele para sempre, apesar de negarmos vezes sem conta a sua grandiosidade, pois torna-nos mais vulneráveis. Apesar de fazer doer bem fundo e de levar a insanidade à exaustão, sem ele não saberíamos viver. Apenas sobrevivíamos dia após dia sem conteúdo afectivo, onde as coisas perderam o brilho natural de serem amadas, porque se ele não existisse, não haveria o motivo para se amar. A dor que ele nos deixa não é mais que um bónus de sabedoria que nos permite sentir realmente vivos. Não faria sentido viver sem ele apesar do seu sentido não ser perfeitamente compreendido. Apenas sabemos que aquela sensação exclusivamente pessoal, faz-nos sorrir, faz-nos querer, faz-nos tentar, faz-nos não desistir quando tudo à volta perdeu a vontade, faz-nos querer, faz-nos ser felizes, mesmo não sabendo bem usá-lo em forma de expressão. Só sabemos que estamos com ele naquele momento mortífero em que o sentimos.
Quase que magoa a garganta no nó que se forma, nauseados de encantamento ficamos perante aquela figura, ficamos parados no tempo, naquele momento visual que tudo parece ser pequeno face ao que sentimos, onde questionamos tudo, mesmo a nossa real existência. É estranho e contraditório. Sentimo-nos estranhos, irreconhecíveis ao nosso espelho interior. Frágeis na sua presença, triste e vazios sem ele. É maleficamente tenebroso quando não tem forma de retorno. É triste por nos tornar tristes, perigoso por nos controlar os actos, é alheio a quaisquer éticas sociais. Mas é demasiadamente bom de ser negado, de ser ignorado. É avassaladoramente saboroso mesmo no seu lado imperfeito para deixar de ser sentido. Por ele fazemos tudo, sem ele somos nada. Não vale de nada palavras complexas e rebuscadas para o tentar exprimir. Ele é a complexa forma da simplicidade traduzida em afectos. Tudo se resume ao amar e ser amado. A sua exuberante simplicidade é que nos faz ser complexos perante tal força sem definição. Não vale a pena tentar perceber ou questionar, e muitos menos tentar explicar em forma de frases sem sentido directo de interpretação. Apenas se deve sentir e vivê-lo. De outra forma não saberemos viver com ele, e sem ele não se vive o expoente máximo da felicidade. Ele, na primeira pessoa a que chamam Amor.

Ana Soares da Silva Rodrigues Neto, in 'Textos de Amor – Museu Nacional da Imprensa'

Inside


Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós.

(Clarice Lispector)





sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Voar


Não suporto gaiolas, jaulas e quaisquer outros tipos de prisão.
As aves foram feitas para voar, ainda que o céu esteja cheio de abutres,
porque não há nada mais triste que o canto de uma ave enclausurada.
Voar é deixar-se ir na brisa do vento e chegar onde se quer chegar...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

É o meu inferno, é o meu paraíso


Era uma vez um lugar com um pequeno inferno e um pequeno paraíso, e as pessoas andavam de um lado para outro, e encontravam-nos, a eles, ao inferno e ao paraíso, e tomavam-nos como seus, e eles eram seus de verdade. As pessoas eram pequenas, mas faziam muito ruído. E diziam: é o meu inferno, é o meu paraíso. E não devemos malquerer às mitologias assim, porque são das pessoas, e neste assunto de pessoas, amá-las é que é bom. E então a gente ama as mitologias delas. À parte isso o lugar era execrável. As pessoas chiavam como ratos, e pegavam nas coisas e largavam-nas, e pegavam umas nas outras e largavam-se. Diziam: boa tarde, boa noite. E agarravam-se, e iam para a cama umas com as outras, e acordavam. Às vezes acordavam no meio da noite e agarravam-se freneticamente. Tenho medo – diziam. E depois amavam-se depressa e lavavam-se, e diziam: boa noite, boa noite. Isto era uma parte da vida delas, e era uma das regiões (comovedoras) da sua humanidade, e o que é humano é terrível e possui uma espécie de palpitante e ambígua beleza.

Herberto Helder


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