terça-feira, 25 de agosto de 2009

Na noite em que te perdi


No escuro da noite
Na acalmia que enlouquecia
No silêncio que ensurdecia
Apenas eu me movia...
Os corações não palpitavam
As guitarras não tocavam
Nem os grilos cantavam...
Nessa noite escura
Só te queria ver
Mas não via nada...
Nessa noite cerrada
No meio da escuridão
Não te podia dar a mão
Nem sequer te vislumbrar...
Foi quando percebi
Que estava tão esquecida
Tão perdida, tão sofrida
Tu tinhas partido
Para onde, eu não sei...
Mas sei que te procuro
Tão desesperadamente
A tua alma chamei
Por onde andas?
Nessa noite onde as estrelas não brilham
Nessa noite de silêncio e escuridão
Onde estás tu, meu irmão?
Ao longo da noite
Onde senti que realmente te perdi
Despedaçaram-se pedaços da minha alma
Ninguém imagina o que sinto
Ninguém supõe o vazio da tua ausência
Pelos caminhos tortuosos da vida
Sentia a tua protecção
E agora, não sinto nada...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Arte - Audrey Kawasaki

Audrey Kawasaki é uma pintora americana, tem 27 anos e a sua arte fascinou-me de verdade!
Ela pinta a óleo, directamente na madeira, usando também a arte do grafite.
As suas obras são enigmáticas, contraditórias, oscilando entre a inocência e o erotismo, para além de serem ainda um verdadeiro elogio às mulheres e à sua sensualidade.
Deixo aqui algumas dessas obras para apreciarem!





















quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A noite cai

A Noite vem poisando devagar
Sobre a Terra, que inunda de amargura...
E nem sequer a bênção do luar
A quis tornar divinamente pura...

Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu oiço a Noite imensa soluçar!
E eu oiço soluçar a Noite escura!

Por que és assim tão escura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma Saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!

Florbela Espanca

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