quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Hoje

Hoje é mais um dia de saudades...

Descobertas


Ninguém é superior, ninguém é inferior, mas também ninguém é igual.
As pessoas são simplesmente únicas, incomparáveis.
Tu és tu, eu sou eu. Tenho de contribuir com o meu potencial para vida. 
Tens de contribuir com o teu potencial para a vida.
Tenho de descobrir o meu ser.
Tens de descobrir o teu ser.


Nitidez


Quando a chuva pára, gosto de olhar a paisagem.
Consegue-se ver tudo com uma nitidez fora do comum.
As poeiras assentam e tudo parece extraordinariamente renovado.


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010


Há uma bala-pétala dentro de cada corpo
o desprender contínuo da essência
que traça pelo espaço o inacessível caminho


Maria José Botelho

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Paulo


Este será o dia mais difícil de suportar a tua ausência...
Hoje, no dia do teu aniversário, faltam-me as forças, faltam-me as palavras para expressar o quanto precisava de ti, para calcular as saudades desmedidas que tenho tuas e falta-me a coragem para gritar que te amo e que farás sempre parte da minha vida...
Olho o céu, vejo as estrelas e o frio da noite nem se compara ao gelar do meu coração... Procuro por sinais de ti e encontro-os apenas na minha memória. Lembranças do teu sorriso, do teu doce olhar, do cheiro do teu cigarro, dos braços fortes que me abraçavam e protegiam...
Feliz aniversário não é o que te quero dizer, porque feliz não é e não te posso dizer como sempre o disse, com beijos e risos. Quero dizer-te que hoje era o teu dia, mas que os teus dias agora passaram a ser todos...



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Hora do Conto

Álbum da autoria do prestigiado criador Anthony Brown, "A Minha Mãe" surge no mercado português numa edição de grande formato. Explorando a relação afectiva entre mãe e filho, o livro dá voz a este último e recria a visão que ele possui da figura maternal. Observada a partir do ponto de vista infantil, ela multiplica-se em funções e actividades diferenciadas, evidenciando a sua importância no ambiente familiar. A profunda admiração que a criança sente pela mãe mistura-se com o amor, a necessidade de protecção e faz dela, simultaneamente, uma mãe única e especial, mesmo se igual a muitas outras mães… As ilustrações amplificam os sentidos de um texto muito breve e muito simples, explorando diferentes metáforas associadas a comportamento materno. Além disso, o criador utiliza o padrão florido do roupão da mãe como elemento coesivo do ponto de vista visual, actuando como fio condutor da leitura do texto e das imagens. Vocacionado para a família, este álbum, como outros do autor, exige múltiplas leituras, de preferência realizadas ao colo da mãe!

Palavras que se guardam


" - Escrever não é falar.
- Não? Qual é a diferença?
- É exactamente o oposto. Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares de mais, já não escreves, porque já não te resta nada para dizer.(...)
E, escrevendo, poupei as coisas que gostaria de te ter dito e que gostaria que tivesses ouvido."

Miguel Sousa Tavares in "No teu deserto"

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Sem perguntas nem respostas

Um estudante numa palestra perguntou uma vez ao Dr. D. T. Suzuki, um velho seguidor de zen:
"Quando usa a palavra 'realidade', está a referir-se à realidade relativa do mundo físico ou à Realidade Absoluta do mundo espiritual?".

...Sem dizer nada, Suzuki fechou os olhos. "Fazendo um Suzuki", como os estudantes diziam, porque nessas ocasiões não se podia saber se ele estava a meditar profundamente ou se simplesmente adormecera.
Depois de um minuto completo, que pareceu muito mais longo, Suzuki abriu os olhos e disse: "Sim".

Esta é a maneira de um homem sábio.
As perguntas não significam muito, de uma maneira ou de outra.
As respostas não significam muito, de uma maneira ou de outra.
A vida deve ser vivida sem perguntas e sem respostas; só então a vivemos na sua autenticidade.

Então, vá para a vida — esse é o único templo onde Deus pode ser encontrado.
E sem perguntas e sem respostas, apenas vá, silenciosamente, inocentemente, de maneira ignorante.
Apenas vá para a vida e deixe-a tomar posse de si.

Palavras de Osho

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Auto-controle


Os pensamentos são o leme dos nossos sonhos... E os pensamentos nem sempre são coerentes, rectos ou mesmo imparciais. Não conseguimos subjugar os pensamentos à nossa vontade e nem sempre sabemos muito bem onde nos levam...
Nada é fácil no dia de hoje, nada...
Pudesse eu controlar os pensamentos, achar a verticalidade e mantê-la, não ouvir a voz do coração e tudo estaria certo.
Mas assim, nada é fácil no dia de hoje.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Life


A tua paz é estanque, comedida
Na tua paz não cabe mais vida 
E a vida ameaça-te
Corta e despedaça
O teu deus é único e infalível
A tua vida é linha recta e sempre em frente
Gostaria de saber o que te move
O que te faz vivo e não zombi
Aonde pretendes chegar
Qual é o objectivo, tão estreito
Quem te contou
Que só existe um jeito? 

Voa


Alheias e nossas as palavras voam.
Bando de borboletas multicores, as palavras voam
Bando azul de andorinhas, bando de gaivotas brancas, as palavras voam.
Viam as palavras como águias imensas.
Como escuros morcegos, como negros abutres, as palavras voam.
Oh! Alto e baixo, em círculos e rectas acima de nós,
em redor de nós, as palavras voam.
E às vezes pousam.

Por: Cecília Meireles


" Se te sentes só, num mundo de estranhos, e anseias por alguém que ainda não conheces... Se as nuvens onde voas, num céu azul de esperança, em cinzento se tornam e te sentes cair... Se sentes mesmo assim, que queres abrir as asas e recuperar o voo, que para ti, é tudo..."

Por: Richard Bach

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Taking a ride...


I love the fog as much as I love the sun...
The sun lights things up and warm our thoughts as much as our skin.
The fog embraces things up and smoke our lyrics as much as our hearts.
In the morning on the road, I couldn't see a palm in front of my eyes...
The fog embraced my soul and gave me poetic memories, lyrics
And timeless feelings became sweeter as if I were in a dream...
Dreams are a wonderful thing.
It's a ride in our beds, taking you to places where nothing else exist, just you and your dream...


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Chhhhiiiu...


Life is like a dance...
The setbacks, the delays and the deviations, sometimes are a way to show that the best is yet to come.
Whatever you do, don't stop the dance...

It's strange


Nunca são as coisas mais simples que aparecem quando as esperamos.
O que é mais simples, como o amor ou o mais evidente dos sorrisos, não se encontra no curso previsível da vida.
Porém, se nos distraímos do calendário, ou se o acaso dos passos nos empurrou para fora do caminho habitual, então as coisas são outras.
Nada do que se espera transforma o que somos se não for isso:
um desvio no olhar; ou a mão que se demora no teu ombro, forçando uma aproximação dos lábios.

Nuno Júdice

Quero-te...


Quero-te,
como se fosses a presa indiferente,
a mais obscura das amantes.
Quero o teu rosto de brancos cansaços,
as tuas mãos que hesitam,
cada uma das palavras que sem querer me deste.
Quero que me lembres e esqueças como eu te lembro e esqueço:
num fundo a preto e branco,
despida como a neve matinal se despe da noite,
fria, luminosa, voz incerta de rosa.

Nuno Júdice

O menino e a borboleta encantada

Mil e uma noites haviam se passado desde que o Pássaro Encantado partira. Então ele voltou. Era madrugada. A Menina o viu tão logo a luz alegre do Sol fez brilhar as suas penas. Ela o estava esperando. Os apaixonados esperam sempre... Ah! Como foi bom aquele abraço de saudade! Desta vez as suas penas estavam coloridas com as cores das florestas sobre as quais voara. O Pássaro Encantado pôs-se então a cantar os seres das matas, árvores, orquídeas, regatos, cachoeiras, elfos e gnomos... A Menina não se cansava de ouvir. Ouvia e pedia que ele contasse de novo as mesmas estórias, do mesmo jeito. E assim viviam os dois, se amando por dias e dias.

Mas sempre chegava o momento em que o Pássaro dizia: "Menina, o vôo me chama. Preciso partir. É preciso partir para que o nosso amor não tenha fim. O amor precisa de saudade para viver..." A Menina chorava baixinho, mas compreendia. E assim o amor acontecia entre partidas e retornos.

As asas do Pássaro pareciam incansáveis. Estavam sempre à procura de lugares desconhecidos. Ele já visitara montanhas encantadas, planícies geladas, lagos, rios, abismos, castelos, uma cudade na divisa entre a realidade e a fantasia, um reino onde era proibido estar triste, lugares sagrados, vulcões, o país dos dragões verdes e dos gigantes amarelos, jardins, selvas verdes, mares azuis, praias brancas... Sobre todos esses lugares ele lhe contara estórias. A Menina não tinha asas. Mas ela voava nas estórias que o Pássaro lhe contava.

Mas os anos foram se passando. O Pássaro envelheceu. Suas asas já não eram as mesmas da juventude. E também os seus sonhos já não eram os sonhos da mocidade. Deseja-se partir quando é manhã. Mas quando o sol se põe o que se deseja é voltar. E assim um desejo novo surgiu no coração do Pássaro crepuscular: voltar...

O sol acabara de se pôr. Vênus brilhava no horizonte. Foi então que a Menina o viu. Suas penas pareciam incendiadas pelo Sol. Depois do abraço ele disse a Menina al-go que nunca lhe dis-sera antes: "Menina, conte-me as estórias da minha ausência..." E foi assim que, pela primeira vez, o Pássaro se calor e a Menina lhe contou estórias.

Por muitos dias o Pássaro e a Menina gozaram do seu amar. Mas o Pássaro já não era o mesmo. Algo acontecera com os seus olhos. Já não procuravam horizontes longínquos. Eles olhavam as coisas simples que havia na sua casa, coisas que sempre estiveram lá, mas que ele nunca havia visto. Não vira porque o seu coração estava em outro lugar. É o coração que nos diz o que é para ser visto.

Aconteceu então, num dia como os outros, o Pássaro abraçou a Menina e sentiu, nas costas da Menina, algo que nunca sentira. "Menina, o que é isso?", ele perguntou. Ela enrubesceu e respondeu: "Asas, pequenas asas... Estão crescendo nas minahs costas..." E para que ele as visse baixou sua blusa. E ele viu. Sim, pequenas asas, delicadas asas, asas de borboleta, coloridas, diáfanas, frágeis... E ele percebeu que a Menina se preparava para voar. Sua Menina se transformara numa borboleta...

O Pássaro sorriu uma mistura de alegria e de tristeza. Sentiu um leve tremor nos lábios, aquele mesmo tremor que vira nos lábios da Menina a primeira vez que lhe dissera: "Eu quero partir..." Chegara a hora em que ela partiria e ele ficaria. Ele seria, então aquele que esperaria. Como é dolorido ficar! A solidão de quem fica é maior que a solidão de quem parte! Quem parte vai para mundos novos, cheios de maravilhas desconhecidas. Quem fica fica num espaço vazio, de objetos velhos, esperando, esperando, contando os dias.

O momento da despedida chegou. A Menina, flutuando com suas grandes asas de borboleta, disse ao Pássaro: "Preciso partir..."

O Pássaro teve vontade de chorar. Queria lhe dizer: "Não vá. Eu a amo tanto". Mas não disse. Lembrou-se de que essas haviam sido as palavras que a Menina lhe dissera quando ele partira pela primeira vez. O Pássaro temia por ela. Suas asas eram tão frágeis, asas de borboleta que quebravam-se a toa. Queria estar com ela para consolá-la na solidão e no cansaço. Mas não fez gesto algum. Ele sabia que os abraços que não se abrem são mortais para o amor.

Ele estendeu a sua mão num gesto de despedida. A Borboleta voou e nela pousou. Ele se aproximou dela, como se fosse beijá-la. Mas não beijou. Apenas soprou suas asas suavimente. "Voa, minha linda Borboleta", ele disse, se despedindo. A Borboleta bateu suas asas, voou e desapareceu na distância.

Então, ao olhar de novo para si mesmo ele não se reconheceu. Já não era o Pássaro Encantado de penas coloridas. Transformara-se num Menino... Um Menino que não sabia voar. Um Menino que esperava a volta da Borboleta Encantada. Então ele voaria nas asas das estórias que ela haveria de lhe contar...

Por: Rubem Alves

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Ella Fitzgerald


She said: "Oh, I have gobs and gobs of ideas, but... well, you dream things like that, and that's what these are, you know - my day dreams."

Looking for


I'm chasing after butterflies, birds, clouds...

I'm chasing the wind, the snow, the rain and the sun

I'm looking for life, wanting to hold her in my hands

But the butterflies fly away, also the birds...

The clouds go along with the wind

And the rain and the snow melt with the sun

What am I really chasing after?

Maybe, you there.

(Me here)

Os búzios

Para quem gosta (ou não) de fado:



A perfect day



"Que nenhuma estrela queime o teu perfil.
Que nenhum deus se lembre do teu nome.
Que nem o vento passe onde tu passas.
Para ti criarei um dia puro.
Livre como o vento e repetido.
Como o florir das ondas ordenadas."

( Sophia de Mello Breyner )

Que sera, sera

What will be, will be...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Ainda o amor...



O Amor


O amor é tão leve, que não suporta o peso dos nossos desejos; e tão livre, que sucumbe sob as correntes que lhe tentamos impor. E, no entanto, é a maior força em nós.
Do amor, nascem os nossos sorrisos mais felizes; e da tentativa de escravizá-lo à nossa vontade, brotam as lágrimas mais sentidas.
O amor é, para a alma, como o ar é para o corpo. E, se é certo que dele necessitamos para viver, é igualmente certo que não o podemos reter em nossos pulmões.
O amor é como as nuvens, que flutuam pelo ar, livres de nosso controle. E, entretanto, ornamentam o céu e fazem nascer a chuva, que fertiliza os campos. Ou como as estrelas e a lua, que não estão presas ao firmamento e, brilhando em liberdade, fazem a beleza da noite.
O amor não absorve, completa.
É necessário que cada um ande o seu próprio caminho, para que o amor possa guiar os seus passos.
Pois aquele que por outro é guiado, não pode falar de amor, mas de submissão. Como aquele que busca impor a sua vontade, não procede em nome do amor, mas das suas próprias carências.
A plenitude não pode brotar senão de si própria. E como poderemos conhecer a plenitude do amor, se cada um de nós não estiver pleno em si mesmo?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Words

Rainy afternoon but words can put some spell on it and make you see the unseen sun...



Message in a bottle


O que escrevemos permanece para sempre em algum lugar.
O que dizemos pode escapar-nos da memória... por isso escrevo e gosto de o fazer.
Mas mesmo na linguagem escrita, há mensagens que nem sempre o vulgar leitor compreende.
Que é preciso ler com o coração e não com a mente...
Na mensagem escrita há a intenção de direccionar o que escrevemos a alguém.
Ou não. Pode ser desprovido de intencionalidade e ser apenas um grito que não se pode mais conter.
Eu não grito, mas canto...
E em alfabeto musical, dialecto desconhecido
Vou dando escrita ao que sinto e voz ao que não posso mais conter.



Life passing us by

Percorremos as ruas sem vermos as pessoas... Delineamos trajectórias pelos passeios de modo a contorná-las...


Enough

The silence can be deafening. Let's shout out loud to smooth our ears...

No limits




O pecado original é LIMITAR O SER.

Do I know you?...

...E cada pessoa é um mistério tão infinito, inesgotável, insondável, que não é possível que alguma vez se possa dizer: eu conheci-te ou eu conheço-te.
No máximo, poderemos dizer: fiz o possível, mas o mistério permanece um mistério.
Na realidade, quanto mais conhecemos, mais misterioso o outro se torna.
Então, o amor é uma constante aventura.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Fields of gold

Imagine...

Hoje



Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minha alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo ... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...

Momentos de alma que desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...

Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Listas de som avançam para mim a fustigar-me
Em luz.
Todo a vibrar, quero fugir... Onde acoitar-me?...
Os braços duma cruz
Anseiam-se-me, e eu fujo também ao luar...

(De: Mário Sá-Carneiro)



Babia

2 de Fevereiro - Hoje seria o aniversário da minha avó materna - Palmira Ferreira da Silva.
Para falar da minha avó, teria que escrever durante vários dias... mas resumidamente, devo dizer que tive a sorte de ter uma avó muito querida e amiga. Ela cuidou dos três netos e ainda de dois bisnetos. Um deles  batizou-a de "Babia", ficando assim o nome carinhoso pelo qual os miúdos a chamavam.
Viveu uma vida para a família, ficou viúva ainda cedo e foi uma mãe sempre presente e atenta.
Era crente em Santo António, a quem ela rezava várias vezes o "responso" e não é que resultava?
Tinha sempre notas escondidas dentro de livros e quando precisávamos de alguma coisa, parecia que nasciam soluções daquelas páginas.
Ganhou o segundo prémio do totoloto (ela e mais umas centenas naquela semana, logo não foi um prémio muito chorudo) e, na altura, eu estava grávida da minha filha e ela quis dar-me esse dinheiro para comprar o que fosse preciso para a bebé... Não queria aceitar por achar que a ela lhe pertencia e de fiquei enternecida quando verifiquei que ela só jogava pela expectativa e pelo prazer de dar.
Dar, era uma palavra comum na vida dela. Sempre deu tudo o que tinha e isso aplica-se também a si mesma... sempre se deu e dava o melhor de si.
Lembro-me dela cantar para eu adormecer, lembro-me dela ralhar com os rapazes que me rondavam a porta, lembro-me de ir à escola para me levar pão com tulicreme, lembro-me de estar sempre a sorrir. Lembro-me e as saudades são muitas...
Andava muito, gostava de ir tomar o pequeno-almoço à rua e de repente, viu-se entrevada numa cama...
O meu filho adorava-a, muito mesmo, quase sem mesmo nós percebermos a adoração tão latente que tinha por ela. Todos os dias a queria ver e ela já quase nada falava... Talvez o comovesse aquele estado em que se encontrava e ela sorria, sorria sempre. Era a velhinha mais sorridente, mais linda e mais meiga que existiu. Naquela cabeça os cabelos mantinham-se escuros sem vestígios de velhice, sinónimo da sua mente sempre jovem. Era engraçada, tinha ditos cheios de graça e encanto e tinha medo de borboletas, o que nos fazia sempre rir.
Veio a falecer em 2006 no dia 2 de Março, precisamente no dia de aniversário do meu filho... Deixou-nos um vazio enorme... Parabéns, foste a maior. Estás sempre no meu coração. Adoro-te, avózinha querida.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Le fabuleux destin d'Amélie Poulaine - la valse

Fragile


Don't think that love is eternal. He´s very fragile, fragile as a flower. And little things can destroy him...
And as higher it is more fragile it will be. He needs to be protected. A stone remain, but the flower don't.
If you throw a stone in the flower, the stone won't be hurt but the flower will be smash...
Love is very fragile and delicate. You need to be very cautious and caring with him.
And some ignorance will destroy him too... psychological games multiply themselves and it never ends well.
Love is a moment, a rare and precious emotion and no one should despise him.

This is now II


Um dia aprendemos que, depois de algum tempo descobrimos a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendemos que amar não significa apoiar-se e que companhia nem sempre significa segurança. E começamos a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começamos a aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

( William Shakespeare )

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