terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Frida Kahlo

“Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?”
Frida Kahlo



Foi-me pedido, no âmbito do módulo de Cultura, Língua e Comunicação 5, a pesquisa de um museu virtual que me suscitasse interesse. Pensei imediatamente em pesquisar sobre Frida Kahlo, pela admiração que tenho pela sua obra e, mais ainda, pela mulher que foi, pois lutou contra o sofrimento de uma forma sublimemente forte. As suas pinturas enchem-me de compaixão, por terem tão retratado o seu sofrimento. Ela transformou a sua tragédia em arte e pintou-a com lágrimas coloridas.

A vida de Frida
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu em Coyoacán, no México, a 6 de Julho de 1907, filha do fotógrafo judeu-alemão Guilhermo Kahlo e de Matilde Calderón e Gonzalez (uma mestiça mexicana).
Em 1913, com seis anos, Frida contrai poliomielite, sendo esta a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofre ao longo da sua vida. A poliomielite deixa uma lesão no seu pé direito e, graças a isso, ganha o apelido “Frida pata de palo” (ou seja, Frida perna de pau). Ela começou a usar calças e depois, longas e exóticas saias, que vieram a ser uma de suas marcas pessoais.
Ao contrário de muitos artistas, Kahlo não começou a pintar cedo. Embora o seu pai tivesse a pintura como um passatempo, Frida não estava particularmente interessada na arte como uma carreira.
Entre 1922 e 1925, frequenta a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México e assiste a aulas de desenho e modelado.
Em 1925, aos 18 anos, aprende a técnica da gravura com Fernando Fernandez. Porém, sofreu um grave acidente – o autocarro no qual viajava chocou com um comboio, acidente que fez com que Frida tivesse de usar vários coletes ortopédicos de materiais diferentes, chegando inclusivamente a pintar alguns deles (por exemplo o colete de gesso intitulado "a coluna partida"). Por causa desta última tragédia fez várias cirurgias e ficou muito tempo acamada. Durante a sua longa convalescença, começou a pintar, com uma caixa de tintas que pertenciam ao seu pai e com um cavalete adaptado à cama.
Em 1928, quando Frida Kahlo entra no Partido Comunista Mexicano, ela conhece o muralista Diego Rivera, com quem se casa no ano seguinte. Sob a influência da obra do marido, adoptou o emprego de zonas de cor amplas e simples num estilo propositadamente reconhecido como ingénuo. Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso adoptava com muita frequência temas do folclore e da arte popular do México.
Entre 1930 e 1933, passa a maior parte do tempo em Nova Iorque e em Detroit com Rivera. Entre 1937 e 1939, Leon Trotsky vive em sua casa de Coyoacan. Em 1938, André Breton qualifica a sua obra de surrealista, num ensaio que escreve para a exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declara mais tarde: "Acreditavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade".Em 1939, expõe em Paris, na galeria Renón et Colle. A partir de 1943, dá aulas na escola La Esmeralda, no D.F. (México).
Em 1953, a Galeria de Arte Contemporânea desta mesma cidade organiza uma importante exposição em sua honra.
Alguns de seus primeiros trabalhos incluem:
· "Auto-retrato num vestido de veludo" (1926);
· "Retrato de Miguel N. Lira" (1927);
· "Retrato de Alicia Galant" (1927);
· "Retrato de minha irmã Christina" (1928).


Falecimento
Depois de algumas tentativas de suicídio, a 13 de Julho de 1954, Frida Kahlo foi encontrada morta. No seu óbito é indicada uma embolia pulmonar como a causa da morte. Mas não se descarta a ideia de que ela tenha morrido de overdose, que pode ter sido acidental ou não.
A última anotação no seu diário, que diz: "Espero que a minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar - Frida", permite que se pense na hipótese de suicídio.

Casa Azul, o museuQuatro anos após a sua morte, a sua casa familiar conhecida como "Casa Azul", transforma-se no Museu Frida Kahlo. Reconhecida tanto pela sua obra, quanto pela sua vida pessoal, ganha retrospectiva das suas obras, com objectos e documentos inéditos, além de fotografias, desenhos, vestidos e livros.

Frida Kahlo, o filme
No ano de 2002, sob a direcção de Julie Taymor, é lançado o filme que narra a história da pintora, interpretada pela actriz Salma Hayek. O filme conta ainda com a presença de Alfred Molina, que interpreta Diego Rivera.

Bissexualidade de Frida KahloMuitas obras sobre a vida e obra de Frida Kahlo evitam tocar no assunto da sua bissexualidade, por este ser um assunto controverso. Nesta mesma linha, o filme de Julie Taymor também procura minimizar ao máximo o facto, hoje bem estabelecido, de que Frida Kahlo manteve várias relações íntimas e sexuais.

Site do Museu de Frida Kahlo - http://www.museofridakahlo.org/

Galeria de pinturas de Frida

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

AUTISMO, meninos num mundo à parte…

A palavra autismo deriva do termo grego autos e traduz a ideia de alguém que está mergulhado em si próprio. Em termos simples, as crianças que sofrem desta perturbação denotam uma enorme incapacidade de empatizar com outro, a qual se manifesta em três domínios: na comunicação, na interacção recíproca e nos comportamentos obsessivos e repetitivos.

O que é?
O autismo é uma perturbação global do desenvolvimento infantil que se prolonga por toda a vida e evolui com a idade. O problema foi identificado em 1943, pelo pedopsiquiatra Leo Kanner, que definiu as seguintes características:
- atraso intelectual;
- desejo de conservação pela semelhança (daí o isolamento);
- boa capacidade de memorização mecânica;
- expressão ausente;
- mutismo;
- hipersensibilidade aos estímulos;
- relação obsessiva com objectos;
- gestos repetitivos e estereotipados, como o balançar as mãos ou do corpo;
- rejeição de mudanças de ambiente, graças a uma dependência de rotinas.

O facto de, em 50% dos casos, as pessoas autistas não desenvolverem a linguagem é uma das características mais marcantes.

Sinais reveladores da doença
O autismo não se manifesta por quaisquer sinais físicos, o que, à partida, atrasa o seu diagnóstico.
Os sinais mais evidentes por etapas são:
- Quando nasce:
O bebé com autismo pode mostrar indiferença pelas pessoas e pelo ambiente que o rodeia, além de que, por vezes, apresenta problemas de alimentação ou de sono, ou pode ainda chorar muito sem razão aparente.
- Aos oito meses:
Assim que começa a gatinhar, pode fazer movimentos repetitivos, tal como bater as palmas. Paralelamente, quando brinca não utiliza o jogo social, ou seja, não interage com os outros, nem sequer com a mãe ou o pai.
- Aos doze meses:
Demonstra, por vezes, um interesse obsessivo por determinados objectos, o que revela um comportamento estereotipado e repetitivo; os atrasos ao nível da locomoção são também comuns.
- Depois dos dois anos:
A tendência é para a criança se isolar, utilizar padrões repetitivos de linguagem e inverter as componentes das frases e não brincar normalmente nem dar a correcta utilização a cada brinquedo.
- adolescência:
Tanto pode haver melhorias nas relações sociais e no comportamento ou, pelo contrário, voltar a fazer birras, mostrar auto-agressividade ou tornar-se violento para com os outros.

A genética é a explicação
As causas específicas do autismo ainda são desconhecidas para a comunidade científica. Contudo, desde os anos 60 do século XX que está provada a existência de uma base genética, o que explica a incidência de casos de autismo em descendentes de um mesmo casal. Hoje, sabe-se que não há ligação causal entre as acções dos pais e o aparecimento desta perturbação, ao contrário do que se pensava durante a primeira metade do século XX.
No final de 2007, Manzar Ashtari, do Hospital pediátrico de Filadélfia, nos Estados Unidos da América, apresentou, durante um encontro anual da “Radiological Society”-norte americana, um estudo que desvendava diferenças relevantes no cérebro das crianças autistas. De acordo com este investigador, estas possuem mais massa cinzenta do que as outras crianças na área do cérebro, nomeadamente nas regiões dos lóbulos parietais, responsáveis pelo processamento social e pela aprendizagem através da observação.
Para além destes trabalhos, outros identificaram factores pré-natais, como a rubéola e o hipertiroidismo, que podem ter influência sobre o surgimento de autismo, e outros de natureza perinatal, como:
· a prematuridade;
· o baixo peso à nascença;
· as infecções graves neonatais;
· o traumatismo durante o parto.

Fármacos
Infelizmente, ainda não existe um tratamento específico e definitivo para o autismo. Apesar disso, algumas terapias podem, de facto, ajudar a melhorar as condições de vida dos meninos que sofrem desta perturbação. Porém, é preciso ter presente que a sua aplicação depende das características de cada indivíduo. Os tratamentos consistem numa estimulação e apoio constante, de forma a fazer com que a criança interaja com o ambiente, com as pessoas e com as outras crianças.
Paralelamente, existem alguns medicamentos prescritos pelo médico assistente, no sentido de aliviar os sintomas, bem como as alterações comportamentais associadas ao autismo.

Este foi um tema que sempre me interessou, embora o meu conhecimento fosse quase nulo.
Fiquei a saber que esta doença pode estar associada a factores genéticos e a problemas pré e pós-parto e caracteriza-se por um retrocesso das relações interpessoais e pelas diversas alterações da linguagem e dos movimentos, que se tornam repetitivos.
A perda do contacto emocional e interpessoal é o processo básico destas crianças serem anti-sociais, levando-as ao extremo e até à agressividade.
As crianças com autismo emocionam-me e fascinam-me ao mesmo tempo, pela ausência de comunicação com os outros. Imagino o mundo profundo onde se encontram e imagino também qual será a sua linha de pensamento, levando-me à questão principal, do motivo que me levou a fazer este trabalho:
O que podemos fazer para ajudar estas crianças?
Fiquei a pensar que podemos ajudá-las, por exemplo, com musicoterapia, desenvolvendo as suas habilidades rítmicas de uma forma mais intensa, mas haverá sempre dificuldade nas áreas da comunicação verbal, na interacção social e na alfabetização.


Texto elaborado por Sara Sousa


sábado, 25 de outubro de 2008

Touradas? Não, obrigado.



RAZÕES PARA NÃO ASSISTIR A TOURADAS

Assisti uma única vez a uma tourada, quando era ainda criança, e foi tão chocante para mim, que passei o tempo todo do dito “espectáculo” com as mãos na cara, desejosa que terminasse… Hoje, mantenho ainda viva essa experiência e manifesto, sempre que posso, a minha total desaprovação por esta prática. A cultura, supostamente, deveria de ser tudo aquilo que contribui para tornar a humanidade mais sensível, mais inteligente e informada. A violência, o sangue, a crueldade, tudo o que humilha e desrespeita a vida, jamais poderá ser considerado "arte" ou "cultura”… É da minha opinião que uma sociedade justa não pode admitir actos eticamente reprováveis (ainda que se sustentem na tradição), cujas vítimas directas são milhares de animais. É muito triste vermos que nas praças de touros torturam-se animais para proporcionar prazeres animalescos a um outro animal que se diz racional. Não podemos continuar a permitir que tais actos aconteçam sem nos indignarmos. Uma minoria quer manter as touradas e as praças de touros, uma herança bárbara e sangrenta das arenas da morte do Império Romano. Na verdade, o mesmo se passa nas arenas de hoje: tortura, sangue, sofrimento e morte de seres vivos para divertimento dos espectadores nas bancadas. Como cidadã e amante da vida, é-me difícil perceber como tamanha barbaridade possa permanecer como uma tradição… Isto não engrandece o ser humano e considero este costume perfeitamente aberrante. Tenho esperança que novas gerações possam olhar para a vida de um ser vivo de uma outra forma e que se tomem medidas definitivas para terminar com esta barbárie tão degradante e deprimente.

Razões para não assistir a Touradas

É errado usar animais apenas para entretenimento humano, especialmente quando o “espectáculo” é conseguido à custa do seu sofrimento, tão desnecessário. Os touros são animais pacíficos e dóceis e não merecem o tratamento cruel que o Homem lhes dá.

A tourada é uma tradição bárbara e cruel e que tem como único objectivo provocar dor e sofrimento num animal como forma de provar a grande virilidade dos intervenientes humanos e, com isso, facturar milhares de euros.

A tourada não é um desporto e muito menos arte. É um confronto desleal e cobarde entre o sadismo humano e um animal.

O sofrimento não se resume à arena. Os jovens touros e vacas são repetidamente torturados nos treinos para o “espectáculo”. Durante toda a sua vida, estes animais não conhecem mais do que a dor e agonia excruciantes.

No mundo da tauromaquia, nenhum animal é tratado com respeito e dignidade. Os próprios cavalos sofrem as investidas desesperadas dos touros. Para estas pessoas, os animais não têm direitos, nem sentimentos: significam lucro.

Horas antes da entrada na arena, os touros são enclausurados num lugar escuro, espicaçados, espancados, os seus chifres são cortados a sangue-frio, são apunhalados no dorso e drogados. Os touros nunca terão qualquer hipótese de defesa.

Os touros sofrem lesões graves provocados pelos ferros espetados no dorso. Quando são encaminhados para os curros, os ferros são-lhes arrancados da carne, com o auxílio de facas, sem qualquer tipo de anestesia, sem qualquer compaixão.

Depois de ser “lidado”, o animal permanece, na maioria das vezes, desde a noite de sábado até à manhã de segunda-feira, em sofrimento angustiante à espera que o matadouro mais próximo reabra para que possa finalmente ser abatido.

A tourada deseduca e insensibiliza o público. A tourada não é cultura, é pura crueldade e maldade e apela aos maus-tratos dos animais. Ao levar os seus filhos à tourada, irá contribuir para a continuidade desta actividade degradante e arcaica.

Você não vai querer alimentar a crueldade e ganância das pessoas que vivem da tauromaquia e que, ao torturar criaturas inocentes, envergonham Portugal.

Dê um bom exemplo aos seus filhos.
Não vá a touradas.

ROD STEWART


Rod Stewart, artista reconhecido mundialmente, continua a dar concertos lotados de admiradores. Apresentando uma forma física espectacular e com 63 anos, continua a correr pelo palco fazendo dançar o microfone, num gesto tão caracteristicamente seu e ainda deslumbra o público com a sua inconfundível voz. Durante a sua carreira artística, mudou muitas vezes o seu aspecto (à excepção do cabelo…) e também o tipo de música. Começou como membro de vários grupos, como “The Jeff Beck Group” ou “Faces”, até que iniciou a sua carreira como artista a solo, com o seu álbum de estreia "An Old Raincoat Won't Ever Let You Down". Foi galardoado com um Grammy e conseguiu uma estrela no Passeio da Fama de Hollywood há dois anos.
Venho apresentar a figura pública que mais adoro e admiro: Rod Stewart! Senhor de um charme e elegância inconfundíveis, de raízes escocesas que, viriam a dar um brilho especial à neblina da capital londrina! É um verdadeiro ícone da música rock, pop, aventurando-se na sua longa carreira, a inovar nos domínios dos blues, da música folk, da blue-eyed soul.
Britânico e exuberante, Rod Stewart marcou várias gerações que se deixaram encantar pelo poder que a sua música transmite. Versátil e polivalente, Rod é um verdadeiro “gentleman”, transpira “glamour” e combina, de maneira inconfundível, um sentido de humor perspicaz aliado a um romantismo de fazer chorar as pedras da calçada! Sentimental, divertido, melancólico, vivo, sedutor, assim é Rod Stewart!
Ao longo da sua, já longa e sólida carreira, conquistou um patamar invejável no que respeita a popularidade, empatia e conforto com que os seus fãs que se identificam com a sua música e com o seu modo de ser e de estar. Rod é desajeitado a dançar, tem dois pés esquerdos muito bem-humorados e seduz tudo e todos com a sua voz única, envolta em rouquidão sensual e quente que, transmite uma garra e paixão pela música, absolutamente vibrante.
A voz de Rod é perfeita, muitos dizem que primeiro se estranha, mas que depois se entranha. Não estranhei nada, a primeira vez que o ouvi, há já muitos anos – tinha apenas 8 anos de idade quando me apaixonei pela voz… Desde aí, mantenho esta paixão platónica e cada vez que um disco dele é lançado no mercado, encaixa na perfeição com as minhas expectativas, parecendo que era realmente aquilo por que esperava.
Tive o privilégio de assistir a um concerto ao vivo, no Pavilhão Atlântico a 11 de Julho de 2005, que foi memorável, inesquecível! Este ano, também fui vê-lo ao Rock in Rio, no dia 1 de Junho e apesar do cansaço ser muito (estive 12 horas de pé…), valeu mesmo a pena! Ele brindou o público com os seus grandes êxitos como: “Maggie May”, “Young Turks”, “Do ya Think I’m sexy”, “This old heart of mine”, “Tonight I’m yours” e muitos outros que conheço de cor e salteado!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Qual a melhor água para dar de beber aos seus filhos?


Efectuou-se um estudo por alunos da Faculdade de Ciências Médicas, Departamento de Saúde de Lisboa, orientado pelo pediatra Dr. Mário Cordeiro, com o objectivo de estudar a percepção que os pais têm sobre o consumo de água em recém-nascidos, avaliar as práticas e atitudes sobre o tipo água a dar e os cuidados que se devem ter como por exemplo, a fervura ou a esterilização dos recipientes e as conclusões foram surpreendentes.
Este estudo teve como base ser um tema actual e que ainda gera muita confusão na população. Concluiu-se que os pais continuam a ter cuidados que se justificavam nos anos 60 ou 70, mas que agora, esses cuidados são excessivos, tendo em conta a boa qualidade da água do abastecimento público. Concluiu-se também que os hábitos enraizados de esterilizar os biberões revelam-se ineficazes, pois uma boa lavagem imediatamente depois de usados chega perfeitamente e ainda se concluiu que a água engarrafada demonstrou ser bacteriologicamente mais impura e quimicamente mais perigosa.
«Eu bebo água da torneira. Estar a pagar água seis mil vezes mais cara por litro, poluir o ambiente com plástico e ainda por cima desperdiçar um líquido precioso, dado que para “fabricar” um litro de água de garrafa são necessárias várias dezenas de litros, não é para mim. Desperdício, atentados ambientais e novo-riquismo, dispenso!» São declarações do pediatra Mário Cordeiro e orientador deste estudo.


Dar água antes dos seis meses?
Esta é uma questão para a qual ainda não há consenso na comunidade cientifica. Enquanto muitos defendem que o aleitamento em exclusivo é suficiente para suprir todas as necessidades hídricas do bebé (uma vez que 88% do leite materno é água), outros alegam que se pode dar água desde o nascimento, em especial quando existem situações de febre, diarreia, vómitos, infecções respiratórias e sempre que estiver muito calor e andarem de carro por períodos mais prolongados.
Então, se os especialistas não conseguem chegar a um acordo sobre este assunto, o próprio trabalho de investigação que envolveu um questionário a pessoas anónimas, pais de recém-nascidos, também mostrou uma clara confusão, verificando-se que a opinião da mãe prevalece sobre o dar ou não água.
Na conclusão do estudo diz ser necessário combater o mito de que o bebé não pode beber água desde que nasce, reforçando a ideia que o recém-nascido normalmente não precisa, mas pode beber água.

Esterilizar é necessário? Quando?
Verificou-se no estudo que mais de 90% dos pais que escolheram a água da rede pública tinha intenção de a ferver. A prática de esterilizar a água e biberões é considerada obsoleta pelos autores. A fervura recomenda-se apenas para eliminar agentes patogénicos, não eliminando compostos como por exemplo, o chumbo. Ainda assim, em caso de ter dúvidas da qualidade da água de rede, é aconselhável fervê-la.
Em relação aos biberões a sua lavagem correcta é suficiente à sua limpeza, desde que seja feita imediatamente após a sua utilização, porque os restos do leite formam grumos onde as bactérias se podem anichar e desenvolver. Cuidado com os biberões de plástico que actualmente tem vindo a ser os preferidos em relação aos de vidro, por serem inquebráveis. Está provado que libertam uma substância – o bisfenol – quando o plástico é submetido a uma elevada temperatura ou pelo simples acto de encher o biberão com água a ferver. Os efeitos do bisfenol no nosso corpo atingem o sistema nervoso central, o sistema reprodutivo e o sistema imunitário.
Água da torneira versus água engarrafada
Em relação ao tipo de água a dar às crianças, os autores deste estudo concluíram que cerca de 75% dos inquiridos são a favor da água engarrafada em detrimento da água de rede pública, escolhida apenas por 23,3%. Quanto às principais razões apontadas para estes valores, destacam-se a insatisfação e a desconfiança dos consumidores em relação à água da torneira, o que para Mário Cordeiro, já não se justifica, até porque esta tem um nível de qualidade muitas vezes superior. «A água da rede pública é mais diversificada em termos minerais, é mais pura bacteriologicamente do que a engarrafada e não tem os bisfenóis que as garrafas de plástico podem ter e que são produtos químicos que podem ter vários efeitos negativos sobre a saúde». E será que a água da torneira é realmente boa para dar às crianças? O Pediatra Mário Cordeiro defende que sim, pelo menos na maioria dos municípios e chama a atenção apenas para os locais onde a captação de água é feita em barragens baixas ou quando a água provém de poços ou albufeiras avulsas.
Segundo o IRAR (Instituto Regulador de Águas e Resíduos) e o Instituto Dr. Ricardo Jorge, a água da torneira é alvo de maior controlo bacteriológico que a água engarrafada. Logo, a água da torneira torna-se mais vantajosa, pois é mais barata, tem um rigoroso controlo bacteriológico e um conteúdo mineral que não é prejudicial para o sistema renal imaturo dos bebés recém nascidos.
As razões apontadas para o consumo da água engarrafada foram o sabor, a conveniência, a segurança e os potenciais benefícios para a saúde. Em certos restaurantes e cafés, esta água chega a ser mais cara que um litro de gasolina. Para além do preço, se pensarmos que uma garrafa de plástico demora cerca de 500 anos a degradar-se (o tempo de uma garrafa de vidro é ainda mais longo), podemos verificar o nefasto impacto ambiental decorrente desta prática.
«Beber água engarrafada "é imoral". “A água engarrafada gera 600 vezes mais CO2 que a água da torneira». Conclusões de um assessor do governo britânico e adianta ainda que, a sociedade deveria fazer do acto de beber água engarrafada, algo tão pouco elegante como fumar. «Devemos fazer crer às pessoas que a água engarrafada está na moda, tal e qual como o tabaco. «Necessitamos de uma campanha similar para convencer as pessoas do que é correcto».

Este é um assunto ao qual, eu própria fiz uma investigação a nível pessoal, porque me debati com as mesmas dúvidas sobre qual seria a melhor água para bebermos em casa.
Cheguei à conclusão que, na realidade a água engarrafada não é necessariamente melhor ou mais segura que a água da torneira. Os fornecedores de água engarrafada não estão sujeitos aos mesmos parâmetros de qualidade que os serviços municipalizados, o que significa que podem vender água com presença de contaminantes, desde que não ultrapassem os valores previstos na lei, levando os consumidores a gastar 6000 vezes mais por cada litro, em relação á água da torneira. Para além disso, as garrafas têm que ser protegidas da luz solar e conservadas em lugar fresco e seco (lê-se nos rótulos), o que nem sempre acontece, podendo dar origem á formação de bactérias e algas na água (trabalhei num hipermercado onde eu verificava constantemente que os garrafões e garrafas de água permaneciam ao sol e ao calor). O ph da água engarrafada também não é o ideal (Ideal – 6,9 a 7,2) porque é normalmente muito baixo, tornando a água ácida - uma água corrosiva e oxidante (os oxidantes no organismo são os causadores do envelhecimento e de inúmeras doenças). Em termos práticos, a água engarrafada também não é a melhor solução. Tem que ser transportada até aos nossos lares e requer espaço de armazenamento.
De facto, conclui que a água da torneira continua a ser uma das melhores fontes de Água Pura ao dispor da maioria da população portuguesa, no entanto e tal como alguns organismos públicos reconhecem, o envelhecimento das canalizações (ferrugem, apodrecimento), as infiltrações e rupturas ao longo da rede de distribuição, canalizações antigas em chumbo, etc., faz com que, por vezes, duvidemos da qualidade desta água em muitas zonas de Portugal.
A solução que encontrei foi fazer a aquisição de um purificador de água doméstico, usufruindo da água da rede, que é rica em sais minerais, cálcio e com um ph equilibrado, não correndo riscos de ingestão de contaminantes, sendo que o filtro impede a passagem de metais pesados, parasitas, vírus, bactérias e cloro que a água possa conter. Posso cozinhar com essa água que também é uma mais-valia.
A nível económico também foi vantajoso em relação à compra de água engarrafada porque depressa paguei o purificador com dinheiro que iria gastar continuadamente na compra de água engarrafada.
E muito, muito importante - Sou menos uma a contribuir para a poluição do ambiente com o uso de milhões de garrafas e garrafões de plástico.
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