sábado, 12 de novembro de 2011

O sonho que sonhei...


Um dia, tive um sonho. Esse sonho ultrapassou todas as barreiras: do que é normal, do que é contido, do que é amor, do que é voar. Foi um sonho que me elevou ao nível do céu. E ali andei a planar, achando que as asas eram verdadeiramente minhas... Caí de uma altura considerável e ao acordar, apercebi-me que as asas eram falsas, que não sabia voar e que o sonho foi só um sonho... Fiquei triste, muito triste, foi duro e difícil aceitar que tinha de viver na realidade.
Porém, a memória do que sonhei foi sempre uma luz que brilhava nas noites escuras. Por vezes, tentava esquecer e conseguia. Outras vezes, mesmo sem querer, lembrava-me dele e doía pois tinha a certeza que não mais iria sonhar esse sonho.
Mas agora, há inúmeras noites seguidas que sonho o sonho que sonhei. E é perturbador porque não consigo esquecer. É perturbador porque sinto protuberâncias nas costas, sinais de asas a nascerem. É perturbador porque não consigo abrir os olhos para acordar. E é perturbador porque, a angústia da descoberta de que afinal os sonhos são fugídios e fugazes, volta a afigurar-se-me como uma possibilidade.
Não me parece que se possa sonhar sem correr o risco de acordar e fascina-me verdadeiramente a possibilidade de jamais acordar mas, em contrapartida, assusta-me verdadeiramente a impossibilidade de jamais sonhar seja com o que for...

Inquietação à espreita


Não entendo.
 Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Clarice Lispector

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

The dream I dream...


"The dream was always running ahead of me.
To catch up, to live for a moment in unison with it, that was the miracle."

Anaïs Nin


domingo, 6 de novembro de 2011

Apenas um coração puro no universo se expõe


"Ubíqua estou atada ao tempo, o estigma
a procurar-me sob a máscara, o rosto.
Mais se crispa o mistério na procura.
De Deus nenhum sinal. So à loucura
do universo meu coração exposto."

(Natália Correia)


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

The sun and the moon



Lembra-me um filme:
"Ladyhawke" (A mulher falcão) - uma lenda mágica sobre um amor inesquecível.





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