terça-feira, 29 de junho de 2010

Antoine de Saint Exupéry


Em comemoração do 110º aniversário de Antoine de Saint Exupéry, recomendo a leitura do seu livro "O Principezinho", livro que atravessa gerações e que se lê em todas as idades.
E cada vez que se lê e relê é garantido que algo novo se irá revelar.



Para mim, um livro singular e único.


Bluff


...Já não tenho trunfos, mas continuo a fazer bluff...

domingo, 27 de junho de 2010

Marie Desbons













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Baltasar


Desce Baltasar ao vale, vai para casa, é certo que o trabalho ainda não despegou na obra, mas, vindo ele tão esforçadamente de longe, desde Santo António do Tojal em um só dia, não esqueçamos, tem direito a recolher mais cedo, depois de descangados e pensados os bois. O tempo, às vezes, parece não passar, é como uma andorinha que faz o ninho no beiral, sai e entra, vai e vem, mas sempre à nossa vista, julgaríamos, nós e ela, que iríamos ficar assim a eternidade, ou metade dela, o que já não seria mau. Mas, de repente, estava e já não está, mesmo agora a vi, onde é que se meteu, e se temos à mão um espelho, Jesus, como o tempo passou, como eu me tornei velho, ainda ontem era a flor do bairro, e hoje nem bairro nem flor. Baltasar não tem espelhos, a não ser estes nossos olhos que o estão vendo a descer o caminho lamacento para a vila, e eles são que lhe dizem, Tens a barba cheia de brancas, Baltasar, tens a testa carregada de rugas, Baltasar, tens encorreado o pescoço, Baltasar, já te descaem os ombros, Baltasar, nem pareces o mesmo homem, Bal­tasar, mas isto é certamente defeito dos olhos que usamos, porque aí vem justamente uma mulher, e onde nós víamos um homem velho, vê ela um homem novo, o soldado a quem perguntou um dia, Que nome é o seu, ou nem sequer a esse vê, apenas a este homem que desce, sujo, canoso e maneta, Sete-Sóis de alcunha, se a merece tanta canseira, mas é um constante sol para esta mulher, não por sempre brilhar, mas por existir tanto, escondido de nuvens, tapado de eclipses, mas vivo, Santo Deus, e abre-lhe os braços, quem, abre-os ele a ela, abre-os ela a ele, ambos, são o escân­dalo da vila de Mafra, agarrarem-se assim um ao outro na praça pública, e com idade de sobra, talvez seja porque nunca tiveram filhos, talvez porque se vejam mais novos do que são, pobres cegos, ou porventura serão estes os únicos seres humanos que como são se vêem, é esse o modo mais difícil de ver, agora que eles estão juntos até os nossos olhos foram capazes de perceber que se tornaram belos.

José Saramago, Memorial do Convento

sábado, 26 de junho de 2010

Thoughts


"Esta manhã, quando acordei, e a tua imagem
se atravessou à minha frente, ainda olhei pela
janela, não fosse ter nascido da luz que entrava.
Depois, pensei que podia ter sido um pedaço de
sonho que se partiu durante a noite,
quando o atirei para o chão.
Mas não vi nada, à minha volta,
como se uma imagem pudesse
ter desaparecido de um momento para o outro,
ou a noite nunca tivesse existido.
Saí de casa, atravessei a rua até ao café e, enquanto
o bebia, fechei os olhos. E a imagem voltou,
tão real que, quando olhei de novo para a frente,
a mesa vazia transformara-se num sofá onde
estavas estendida, em repouso, como se o dia todo
tivesse passado por ti, e a noite te envolvesse
com o seu peso branco."

Nuno Júdice

No faith...


...in human race.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ainda o amor


"Amar é desejar essa metade perdida de nós próprios.
Admitamos que assim seja; que cada um de nós tenha algures no mundo um par com o qual constituía em tempos um único corpo. A outra metade de Tomas é a rapariga com quem ele sonhou. Mas nunca ninguém há-de encontrar a outra metade de si próprio."

Milan Kundera: 'A Insustentável leveza do Ser'

O amor



"Parece que existe no cérebro uma zona perfeitamente específica que poderia chamar-se memória poética e que regista aquilo que nos encantou, aquilo que nos comoveu, aquilo que dá à nossa vida a sua beleza própria (...) O amor começa com uma metáfora. Ou por outras palavras, o amor começa no preciso instante em que com uma das suas palavras uma mulher se inscreve na nossa memória poética."
Milan Kundera: 'A Insustentável leveza do Ser'

Poderia...



Poderia ter escrito a tremer de respirares tão longe
Ter escrito com o sangue.
Também poderia ter escrito as visões
Se os olhos divididos em partes não sobrassem
No vazio de ceguez
E luz.
Poderia ter escrito o que sei
Do futuro e de ti
E de ter visto no deserto
O silêncio, o fogo e o dilúvio.
De dormir cheio de sede e poderia
Escrever
O interior do repouso
E ser faúlha onde a morte vive
E a vida rompe.
E poderia ter escrito o meu nome no teu nome
Porque me alimento da tua boca
E na palavra me sustento em ti.

Daniel Faria

domingo, 20 de junho de 2010

You go to my head...



Para o meu irmão...

(Sleep and his half brother Death by John William Waterhouse)

Tenho tantas, tantas saudades tuas...
A ideia de teres partido parece-me cada vez mais absurda e a conformação não chega...

Adoro-te Paulo

sábado, 19 de junho de 2010

A lucidez perigosa


Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa actual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.
Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.
Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve
para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém.

Clarice Lispector

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Dia não



De paisagens mentirosas
de luar e alvoradas
de perfumes e de rosas
de vertigens disfarçadas.

Que o poema se desnude
de tais roupas emprestadas
seja seco, seja rude
como pedras calcinadas

Que não fale em coração
nem de coisas delicadas
que diga não quando não
que não finja mascaradas

De vergonha se recolha
se as faces tiver molhadas
para seus gritos escolha
as orelhas mais tapadas

E quando falar de mim
em palavras amargadas
que o poema seja assim
portas e ruas fechadas

Ah! que saudades do sim
nestas quadras desoladas.

José Saramago
(16-11-1922 / 18-06-2010)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

I don't mind whatever happens


I don't mind whatever happens
I don't mind whatever goes around
Baby, baby just drown me in your Sweet White
Gimme some of your flashing light
That's all I do expect from you
Now, don't you want to
Do you mind whatever happens
Whatever goes around
Whatever happens

(dEUS)

terça-feira, 15 de junho de 2010

You can´t tell



"A photograph is a secret about a secret. The more it tells you the less you know."

Diane Arbus



domingo, 13 de junho de 2010

A ilustração infantil

A ilustração dos livros infantis são muitas das vezes o primeiro contacto que a criança tem com as artes visuais e é fundamental o seu contributo para a formação do sentido estético. Como requesitos essenciais da ilustração assume-se que esta não deve interferir com a legibilidade do texto, deve ser constituída por imagens artisticas e não estereostipadas e sobretudo deve proporcionar prazer na visualização e estimular a imaginação. 

Ela descia das nuvens em segredo, ao abrigo da escuridão da noite, pela escada de corda, no seu vestido vaporoso bordado a estrelas, para regar as flores...


...que o príncipe oferecia à princesa, em troca de um livro... (aos pés da princesa dormitava o seu dragão de estimação, nem todos os dragões são maus, alguns dão muito jeito no Inverno!)


...de histórias que depois contava à menina nas noites de luar.

A tímida inspiração veio das belas ilustrações dos seguintes ilustradores: Respectivamente, Katalin Szegedi (que venceu o 2005 Hungarian Illustrator of the Year Award) e Patrícia Alves.

sábado, 12 de junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Day 20

Day 20 - My favorite song at this time last year: Katie Melua - If the lights go out

Giants

Os bichos gigantes de Tullia Masinari




Angela Morgan




Angela Morgan, artista em Kootenay - British Columbia.
A sua Licenciatura em Belas Artes (Abril de 2000), pôs fim a uma longa extensão da sua aprendizagem.
As suas pinturas a óleo comemoram a humanidade através do uso de cores.
As figuras humanas expressam as poses da vida, a alegria da dança, a contemplação da paternidade e da melancolia do fim do verão.
As cores fundem-se para alcançar um objectivo - transformar imagens abstratas em momentos vivos.











quarta-feira, 9 de junho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

O Coração e a Garrafa


"O Coração e a Garrafa" fala-nos de uma menina fascinada com o mundo à sua volta. 
Até que um dia algo aconteceu que a fez pegar no seu coração e guardá-lo num sítio seguro. 
Pelo menos durante algum tempo… Só que, a partir daí, nada parecia fazer sentido. 
Saberia ela quando e como recuperar o seu coração? 
Esta história comovente, explora os temas difíceis do amor e da perda, devolvendo-nos, de maneira notável, um sopro de alento e de vida.

(Obrigado à Professora - e amiga -  Diana Resende por me ter falado neste livro!)

Day 17 e 18

Day 17 - A song that I want to play at my wedding - I've already married
Day 18 - A song that I want to play at my funeral - never mind...

domingo, 6 de junho de 2010

Day 16

Day 16 - A song that I listen to when I'm sad: Chris Isaak - Wicked Game
(mas adoro-a de paixão...)

Sonho...

...um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, do teu próprio coração.




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