Quero-te,
como se fosses a presa indiferente,
a mais obscura das amantes.
Quero o teu rosto de brancos cansaços,
as tuas mãos que hesitam,
cada uma das palavras que sem querer me deste.
Quero que me lembres e esqueças como eu te lembro e esqueço:
num fundo a preto e branco,
despida como a neve matinal se despe da noite,
fria, luminosa, voz incerta de rosa.
Nuno Júdice
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