sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Roteiro Cultural


A vila de Óbidos fica no distrito de Leiria e faz parte da região de Turismo do Oeste.
Esta vila guarda séculos de História dentro das suas muralhas. Com um vasto património de arquitectura religiosa e vestígios histórico-monumentais, a vila de reis e rainhas foi, noutros tempos, local de preferência para descanso ou refúgio das desavenças da Corte. D. João IV e D. Luísa Guerra, D. Pedro II e D. Maria I, D. Leonor, D. Catarina de Áustria e D. Carlos foram alguns dos monarcas que passaram por estas terras deixando, de uma forma ou de outra, marcas que avila ainda hoje mantém.
O nome “Óbidos”, ao contrário do que se possa pensar, não deriva da parónima “Óbitos”, mas sim do termo latino “oppidum”, que significa “cidadela” ou “cidade fortificada”.
A Vila de Óbidos é conquistada por D. Afonso Henriques aos mouros, no século XII (ano 1147). No entanto, manteve-se por parte dos muçulmanos uma forte resistência pelas suas tradições.
Só anos mais tarde, já nos finais do século XII, cabe a D. Sancho I reconquistar a localidade das investidas almóadas, dotando-a de melhores condições de povoamento e de organização.

O Castelo de Óbidos e as Muralhas
Exemplo da fortificação medieval portuguesa, erguido sobre um pequeno monte, outrora à beira-mar, domina a planície envolvente e o rio Arnóia, a Leste. Fruto de diversas intervenções arquitectónicas ao longo dos séculos, integra o conjunto da vila, que preserva as suas características medievais de maneira quase que cenográfica.
• Classificado como Monumento Nacional, em 7 de Julho de 2007 foi eleito como uma das Sete Maravilhas de Portugal.
• No séc. XII já há notícia de um castelo em Óbidos e, um século depois, a vila estava já amuralhada. Ainda hoje, o coração de Óbidos está guardado pelas muralhas, as quais se podem percorrer a pé.
O Castelo e as Muralhas de Óbidos evocam a importância que teve a sua localização, na Baixa Idade Média.

A Rua Direita
O desenvolvimento da malha urbana da vila para sul origina a abertura da chamada Rua Nova. Esta rua passou a ser a via mais importante da vila, pois permitia a comunicação entre o Castelo, a estrada real, o arrabalde, a judiaria e a Porta de São Tiago. Actualmente,
esta artéria de circulação é designada por Rua Direita.

Sinagoga de Óbidos

Situada na antiga Judiaria – terá sido o templo de oração hebraica.

Igreja da Misericórdia

Junto à Sinagoga fica a Igreja da Misericórdia. A igreja de arquitectura Maneirista e Barroca, foi edificada na segunda metade do séc. XVI. Possui um importante recheio artístico, destacando-se o portal e o púlpito (ambos de 1596).

Igreja de São Pedro

No séc.XIV, no reinado do Rei D.Dinis, Óbidos cresce para fora das muralhas, ocupando o espaço em torno da Igreja de São Pedro. A sua fundação é medieval. Depois de ter sofrido várias reedificações, actualmente conserva apenas vestígios do antigo portal gótico.


Igreja de Santa Maria (a Matriz)

Remonta aos tempos de ocupação muçulmana, tendo sido reedificada no período renascentista.

Igreja de São Tiago
Inicialmente, era um templo medieval e ligado a Alcáçova. No ano de 1186, é mandado reedificar por D.Sancho I, ficando o templo com três naves e com a entrada principal a comunicar directamente com o interior do Castelo. Era a Igreja de uso da família real. Em 1755, foi totalmente destruída pelo terramoto e novamente reconstruída em 1772.

Cruzeiro da Memória
Foi construído em comemoração da tomada de Óbidos aos Mouros pelo Rei D. Afonso Henriques. Assinala o local onde este montou acampamento, antes de conquistar a vila.

Padrão Camoniano
Atesta a referência à vila na obra de Camões - Os Lusíadas.

Pelourinho da Vila
Construído em granito, apresenta, numa das faces, o escudo com as armas reais. Na outra, o camaroeiro que a Rainha D. Leonor doou à vila, em memória de quando os pescadores lhe trouxeram, numa rede, o filho morto num acidente de caça.

Aqueduto da Vila

Com uma extensão de 3 km, transportava a água que abastecia os chafarizes de Óbidos. Foi construído entre 1521 e 1557 a mando da Rainha D. Catarina de Áustria, esposa do Rei D. João III.

Chafariz da Vila ou de D. Catarina
Ao estilo maneirista, foi construído no séc. XVI. Está localizado na Praça de Santa Maria e fica mesmo por detrás do pelourinho.

Chafariz de S. João V
Ao estilo rococó, encontra-se fora das muralhas, junto ao Santuário do Senhor Jesus da Pedra.

Santuário do Senhor Jesus da Pedra
Localizado já fora das muralhas, este santuário é verdadeiramente imponente e destaca-se pela originalidade da sua planta hexagonal.

Porta Principal de entrada na Vila

No seu interior encontra-se a Capela de Nossa Sra. Da Piedade, padroeira de Óbidos. Esta capela possui um varandim ao estilo barroco e todo ele é forrado com azulejos em azul e branco.

Artesanato / Charretes Turísticas / Ginjinha de Óbidos
Elementos figurativos da Vila são o artesanato, as charretes turísticas que percorrem toda a vila e a famosa ginjinha de Óbidos.

Eventos Temáticos em Óbidos
Óbidos Vila Natal;
Festival do Chocolate;
Semana Santa;
Maio Barroco;
Temporada do Cravo;
Junho das Artes;
Feira Medieval;
Semana Internacional de Piano;
Festival de Ópera

Óbidos é uma vila realmente fascinante e obrigatória para visitar. É uma das Sete Maravilhas de Portugal, um prémio que prestigia a Vila e foi mais que justamente atribuído. Fui em 2004 a Óbidos, a uma feira Medieval que lá decorria e fiquei encantada, senti-me transportada para o passado. Todos os habitantes trajavam fatos típicos da Idade Média, a música que se ouvia, até o cheiro dos assados, eram absolutamente surreais… Ao jantar, foi-nos tudo servido sem talheres, sem as mordomias actuais, era tudo realmente retratado como antigamente. Óbidos também tem sido palco de outros eventos interessantes e que levam à vila, todos os anos, um sem número de turistas. Exemplos disso são o Festival Internacional do Chocolate, a Vila Natal, Festival de Ópera (único no nosso país) e outros grandes concertos. Outra mais-valia de Óbidos é a sua Lagoa, que é um ponto turístico de grande afluência no verão. É o sistema lagunar costeiro mais extenso da costa portuguesa, com cotas que vão desde o meio metro aos cinco metros. Também é de sublinhar que uma grande pintora portuguesa do século XVII, Josefa d’Óbidos (1630-1684), viveu e faleceu aos 54 anos em Óbidos. Numa época em que, por regra, as mulheres não trabalhavam, Josefa d’Óbidos conseguiu afirmar-se como excepcional artista. Foi uma pintora barroca que ficou conhecida pelos seus trabalhos de inspiração religiosa e pelas suas naturezas-mortas. A sua arte ingénua tem um charme irresistível. Ainda era criança quando começou a demonstrar talento inato para a pintura. O trabalho do pai, pintor naturalista, exerceu grande influência na sua vida. As suas pinturas são consideradas obras-primas da arte europeia. No Museu Municipal de Óbidos podem-se visualizar muitas das suas obras. Visite Óbidos e entre numa viagem ao passado. É inesquecível!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Novas Formas de Lazer

É difícil de definir o que é qualidade de vida, mas pode-se dizer que ter qualidade de vida, significa a procura e a necessidade de viver melhor, de constantemente vislumbrarmos novas e melhores condições para o nosso quotidiano e de termos boas expectativas de futuro.
A qualidade de vida está intimamente ligada com a época em que se vive e, mais ainda, com onde nos situamos, com a nossa cultura e com as nossas vivências.
Ao longo dos tempos, este termo foi almejando coisas diferentes, conforme o crescimento do desenvolvimento e da globalização. Foi precisamente com essa evolução que surgiram novos conceitos de qualidade de vida, mas também é com o desenvolvimento que, à escala global, vão sendo cada vez maiores as disparidades que existem. Enquanto que, para os países desenvolvidos, existem vários elementos que contribuem para a qualidade de vida, muitos surgidos com a revolução industrial, que nos trouxeram uma série de vantagens, como, por exemplo, os electrodomésticos que nos facilitam as tarefas diárias, a telecomunicação, a internet, a medicina e os seus avanços tecnológicos, noutras partes do globo, existe uma pobreza extrema, as pessoas vivem em condições tão deploráveis e com tanta falta de solidariedade por quem mais pode que, ter acesso a estes avanços, é mera utopia. É difícil falar em qualidade de vida sem relevar estes contrastes sociais. A qualidade de vida passa também pela qualidade do nosso tempo de lazer.
O lazer pode definir-se como o tempo em que nos entregamos, seja para nos divertirmos, seja para descanso ou para enriquecimento pessoal, e essa escolha é muito pessoal e diversa. Cada pessoa tem o seu lazer direccionado para as suas preferências, mas penso que, em termos gerais e com as condições de vida actuais no nosso país, onde cada vez menos temos poder de compra e de investimento em tempo fora das nossas casas, o computador e a internet revelam-se uma fonte de lazer onde as pessoas se distraem e ocupam o seu tempo.
A vida está cada vez mais digital e disso não há dúvida. Em todos os países, independentemente do seu grau de desenvolvimento, a informática tem sido um dos campos que mais tem crescido e, em especial, na área do lazer.
Constata-se que, no mundo inteiro, o computador tem entrado cada vez mais cedo na vida das crianças, tornando-se importante saber de que maneira pode determinar os novos rumos de lazer na população desde a infância.
Tradicionalmente, os computadores têm sido vistos apenas como meros instrumentos de transmissão de informações. No entanto, a sua capacidade ultrapassa bastante este plano e é tido agora como um novo tipo de produto social. Podemos comprovar isso através do uso do e-mail, onde as pessoas se correspondem e estendem laços, curiosidades, interesses e informações.
Com o acesso a diversos softwares, e em especial à internet, as mudanças podem verificar-se na maneira de leitura e também de aprendizagem das pessoas. A leitura alcança novos textos, dispostos na internet, como os blogs, fotoblogs, e-books, chats, messenger e tantos outros géneros que se inserem na vida diária das pessoas. São novos elementos que podem conter, além de palavras, imagens e sons. Passou-se a fazer uso de símbolos chamados “smileys” ou “emoticons” para indicar o conteúdo emocional daquilo que a pessoa está a escrever, como, por exemplo, :-) e :-( , indicando alegria e tristeza, respectivamente.
Para além da leitura, existem outros estímulos que o computador e a internet comportam na área da música, jogos, cinema e um sem número de interesses, com os quais podemos aprender e criar.
Pessoalmente, esta é, para mim, uma nova forma de lazer da qual dificilmente poderia prescindir. A internet fascina-me pela nova forma de aprendizagem que há pouco relatava e muito tenho aprendido nas “viagens” através das páginas virtuais. É um mundo em constante evolução e renovação que nos enriquece de saber, de prazer e de partilha.

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