O acompanhamento de crianças exige de nós grande poder de dádiva, de responsabilidade e de coerência.
Partilho aqui os 10 pontos que considero mais importantes para quem ocupa este cargo.
Partilho aqui os 10 pontos que considero mais importantes para quem ocupa este cargo.
DAR AFECTO
É muito importante que a criança sinta que gostam dela, para que se criem laços e para que esta se sinta num ambiente de segurança, cumplicidade e amizade. Todos os outros factores são influenciados por este sendo que, na minha opinião, esta é a grande base para que todos os outros, mais facilmente se conquistem. Um abraço, um carinho ou um beijinho – o contacto físico – vai reforçar a demonstração de afecto que deve ser sempre acompanhada de respeito pela criança.
ESTIMULAR A CRIANÇA AO NÍVEL DA RESPONSABILIDADE
Este ponto não deve ser esquecido para que a conduta da criança seja baseada na responsabilização pelas suas acções, pelos seus pertences, pela sua sala, pelo seu meio. Neste campo, o papel da técnica, será ensiná-la e orientá-la para que tome conta do que é seu (da sua mochila, do seu casaco, da lancheira, do seu material) e ensiná-la também a responsabilizar-se pela sua integridade física e pela dos outros Neste ponto, penso que também cabe a aprendizagem do respeito pelos colegas e pelas restantes pessoas, chamando-a à atenção sempre que isso não suceda, ensinando-a, orientando-a e fazendo-a reflectir para o que é correcto e assertivo.
APRENDER A DIZER NÃO
Esta aprendizagem engloba vários aspectos. O adulto que aprende a dizer não à criança, justificando o porquê dessa resposta, irá fazer com que a criança compreenda, e aprenda também, a justificar os seus motivos sempre que, também, diga não a alguém. Ajudá-los à reflexão, vai ajudá-los a ver as coisas por outras perspectivas. Sempre que aconteça a situação de dizermos não e mais tarde, pensarmos que afinal deveríamos ter dito que sim, devemos redimirmo-nos e explicar porque o fizemos.
De salientar também, que as crianças têm que aprender a lidar com as próprias frustrações à negação de algo, para que, mais tarde, possam enfrentar, com maior resistência, as dificuldades com que se possam deparar.
OBEDECER A REGRAS / IMPOR LIMITES
As regras devem ser impostas quando existe um conhecimento do grupo para que estas possam ser dirigidas especificamente aquele grupo e para que possam ser executáveis. Estas devem ser cumpridas por todos e o impor limites vem no seguimento da aplicação de regras, ensinando-os que a nossa liberdade termina onde começa a do outro. Devemos ajudar a criança nesse processo de conhecimento e mais do que tudo, dar o exemplo.
ENSINAR JOGOS E MÚSICAS
Através dos jogos e músicas podemos estimular a comunicação, a sociabilização e ainda a linguagem. As cadências e os ritmos musicais favorecem a que falem mais fluentemente e para os mais tímidos é uma boa fórmula para que se desinibam. Devemos, por isso, usá-los com frequência, pois para além disso, é um momento lúdico que as crianças apreciam.
ESTIMULAR A CRIATIVIDADE
Podemos estimular a criatividade através da leitura de uma história, fazendo com que imaginem sem o suporte das imagens, através do desenho, de jogos de faz de conta e através de conversas de grupo que os levem a pensar e sobretudo a imaginar.
ACOMPANHAR NAS BRINCADEIRAS Devemos acompanhá-los nas brincadeiras através da supervisão das mesmas ou incluirmo-nos nelas, sempre que sejamos solicitadas. A supervisão, muitas vezes, deverá ser subtil, para que a criança não se aperceba que está a ser vigiada e que, com isso, fique constrangida. Também devemos ter especial atenção a situações em que a criança solicite a nossa presença nas brincadeiras porque não consegue brincar sozinho, ou não consegue juntar-se em pares. Aí, o nosso procedimento terá que ser o de estimular e incentivar à partilha das brincadeiras com os outros.
ESCLARECER AS DÚVIDASA curiosidade das crianças não tem fim e é possível que haja alguma ocasião em que não saibamos responder correctamente às suas questões. Sempre que não haja a certeza (ou mesmo desconhecimento) na resposta, devemos dizer-lhe que vamos procurar saber o que perguntou e que no dia seguinte lhe respondemos e claro, cumprir a promessa.
CUIDAR DA SAÚDE
Penso que é muito importante saber como agir em caso de doença ou acidente, pois considero que é uma área de enorme responsabilidade e sobretudo, porque há situações em que se não houver um pré-socorro correcto, podem acontecer lesões ou outras situações. Como técnica, há que obter informações, dadas pelos pais, o mais precisas possíveis sobre o que fazer, face a diversas problemáticas que possam surgir, como febre, por exemplo e deve-se sempre avisar os pais da criança em situação de doença.
FAZER A SOCIALIZAÇÃO
Este ponto será o culminar de todas as outras aprendizagens e visto que a criança está em constante evolução, vai-se tornando cada vez mais num ser social e o nosso objectivo profissional é que a criança goze dessa sociabilização, respeitando os outros, tirando partido de todos os estímulos que foram explorados e que se sinta em casa, dentro da instituição. A postura da profissional deverá assentar no prazer de trabalhar com crianças e poder dar o máximo para que, o desenvolvimento das suas crianças sejam elevado ao seu expoente máximo.
Texto elaborado por Sara Sousa
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