segunda-feira, 22 de março de 2010

Não posso adiar o coração


Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.

( António Ramos Rosa )

1 comentário:

  1. Nunca poderemos... o tempo tem o tempo do próprio tempo. E nele se tece o presente.

    Fã de Ramos Rosa, também eu.

    Bem-haja
    Mel

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