sábado, 30 de abril de 2011

É preciso que tenhamos o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza


A pertinência da inclusão é um assunto actual, que devemos considerar, construindo uma visão ideológica da realidade, através da sociedade. Esta cultura da inclusão deve ser fomentada com base no desenvolvimento de processos inovadores, que respondam com eficácia a todas as crianças, sejam as ditas normais ou as com necessidades educativas especiais. Para que isto aconteça é necessário que haja diferenciação, adaptação e individualização, atendendo às necessidades de cada um.
Todos deverão ter os mesmos direitos e as mesmas oportunidades, incluindo o direito à diferença e a uma educação adaptada às suas necessidades. É difícil incluir porque isso implica actuar com culturas, desejos e emoções, muitas das vezes com distantes realidades da nossa. Implica trabalhar a afectividade, modificar vidas, investir tempo e amor. As relações entre alunos e educadores não são, de todo, desprovidas de afectividade, mas a escola inclusiva aberta a todos que desejam aprender, certamente parece uma utopia. As crianças não são perfeitas – são seres humanos singulares. Assim também o deve ser a Instituição: simplesmente uma Instituição de verdade, que não está presa a modelos criados por quem não aceita a diversidade.
A actual tentativa de ensinar centrada somente em alunos perfeitos é que é utópica e extremamente distante da realidade. Os profissionais de educação devem ser formados para lidar com todos os tipos de alunos. O que aprendem na prática serve para difundir experiências entre si, o que é também muito valioso. Contribui para o estreitamento das relações entre profissionais, reflectindo-se nos conhecimentos e na forma como trabalham com as crianças pela interacção entre ambas as partes.
Quando os pais/responsáveis também participam dos debates sobre o aprendizado e o futuro, chegamos mais perto da concretização do sonho: Uma escola inclusiva. Para que tudo isto aconteça é fundamental que haja um trabalho de cooperação entre os diferentes intervenientes no processo educativo. Ajudar a família a desenvolver comportamentos e condutas para o reforço da relação que têm com os seus filhos/educandos, irá surgir como uma mais-valia no sentido de optimizar o desenvolvimento global da criança.
Texto elaborado por Sara Sousa



"Não há, não,
Duas folhas iguais em toda a criação.
Ou nervura a menos, ou célula a mais,
Não há, de certeza, duas folhas iguais.

António Gedeão





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