segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Somente um poema


Não perguntem pelo meu poema:
Nada sei do coração do pássaro
Que a música inflama.

Não queiram entender minhas palavras:
Não me dissequem, não me segurem entre vidros
Essas canções, essas asas, essa névoa.

Não queiram me prender como a um insecto
No alfinete da interpretação:
Se não podem amar o meu poema,
deixem que seja somente um poema.

(Nem eu ouso erguê-lo entre os meus dedos e perturbar a sua liberdade...)

Lya Luft

Blue Shoes


"Blue Shoes"

These blue shoes seem to suit me well,
When I feel like hell,
As I do now that you're gone
Lost and lonely since you stopped caring,
I've been wearing my new shoes.
I've been wearing my blue shoes.

You and I made the perfect pair,
It don't seem fair,
I loved you more than you know.
Sorry I'm such a sorry state,
But while I wait for some good news,
I'll be wearing my blue shoes.

Don't feel like walking strong,
Shufflin' along on my way home.
Trudgin' down that shopping street,
Where we used to meet.
But I ain't buying.
I'm wearing my blue shoes and crying.

These blue shoes seem to suit my sould,
Since you shot that hole.
Since you shot that hole in my heart
And if I wind up on the sidewalk bleeding
I won't be needing my new shoes
Won't be needing my blue shoes.

These blue shoes seem to suit me well
When I feel like hell,
As I do now that you're gone
Lost and lonely since you stopped caring
I've been wearing my new shoes
I've been wearing my blue shoes

(c) Katie Melua


Star Quality

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Picasso

Brilhante exercício de síntese de Pablo Picasso*

More than this



I could feel at the time
There was no way of knowing
Fallen leaves in the night
Who can say where they're blowing
As free as the wind
And hopefully learning
Why the sea on the tide
Has no way of turning

More than this - there is nothing
More than this - tell me one thing
More than this - there is nothing

It was fun for a while
There was no way of knowing
Like a dream in the night
Who can say where we're going
No care in the world
Maybe I'm learning
Why the sea on the tide
Has no way of turning

More than this - there is nothing
More than this - tell me one thing
More than this - there is nothing

Qual foi o seu último sonho?


HAT, MAX & LAURA BRAUN from Michael Fragstein on Vimeo.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A evocação da nostalgia

Broken flowers



Words disappear,
Words weren't so clear,
Only echos passing through the night.
The lines on my face,
Your fingers once traced,
Fading reflection of what was.
Thoughts re-arrange,
Familar now strange,
All my skin is drifting on the wind.
Spring brings the rain,
With winter comes pain,
Every season has an end.
I try to see through the disguise,
But the clouds were there,
Blocking out the sun (the sun).
Thoughts re-arrange,
Familar now strange,
All my skin is drifting on the wind.
Spring brings the rain,
With winter comes pain,
Every season has an end.
There's an end,
There's an end,
There's an end,
There's an end,
There's an end...

Adorei o filme mas não o final.
Gosto de finais felizes.

Num tapete voador sobre um campo de papoilas

sábado, 14 de agosto de 2010

Adeus que vou com o vento e volto na brisa do mar


Ilustração de Gaelle Boissonnard

Estão aqui


Uns ficam, outros vão.
Fica sempre o amor que fazem nascer em nós.
Fica a memória dos bons tempos que passámos juntos.
Fica o estímulo que os leva a crescer melhor, potenciando todas as suas capacidades.
Fica a certeza dos laços afectivos.
Fica a saudade...
A todos os meus meninos que ficam, boas férias e até Setembro.
A todos os meus meninos que vão, quais joaninhas a voar, até Sempre.
Como se diz: "Estão aqui."



quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A thousand words


A Thousand Words from Ted Chung on Vimeo.

Linguagem não verbal


A vida continua e não faz pausas para que a pense antes de a sentir.
A vida mostra-se a vaguear quando me tiram da boca palavras que antes não as sabia.
Não corre uma aragem fresca mas eu não quero perder a esperança.
Porque quero acreditar que a vida me põe no caminho pessoas que são anjos e não demónios. Que tudo faz sentido nas coincidências. 
Gostava de ter mais da vida, mas também sei que há muito mais no meio desta minha rotina.
Há mais cá dentro, um mais que anda entrelaçado nos meus dias..
Nem sempre terás capacidade para vê-lo, para descobrir. Para ver mais além.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Be my friend

A noite


O dia que se dissipa e que traz a noite
Consome a minha alma
Na noite
deparo-me com o fim do fogo
E a poeira do dia
à noite tira-me o folêgo,
intoxica-me
engole toda a minha alma...
Na noite
vejo a verdade oculta
e de olhos bem fechados,
com os dentes brancos em sorriso âmbar
o sono fala e diz-me que não...
E os pés marcam um ritmo
de uma batida sem tambor...

domingo, 8 de agosto de 2010

Dreams of flying



Que é voar?
É só subir no ar,
levantar da terra o corpo, os pés?
Isso é que é voar?
Não.
Voar é libertar-me,
é parar no espaço inconsistente
é ser livre, leve, independente
é ter a alma separada de toda a existência
é não viver senão em não-vivência
E isso é voar?
Não.
Voar é humano
é transitório, momentâneo...
Aquele que voa tem de poisar em algum lugar:
isso é partir
e não voltar.

( Ana Hatherly )

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Alternativas


"É superficial encarar um diário apenas como um receptáculo dos pensamentos privados e secretos de cada um - como um confidente surdo, mudo e analfabeto.
No diário não só me exprimo de uma forma mais aberta do que faria com qualquer pessoa, mas crio-me a mim própria.
O diário é um veículo para o meu sentido de individualidade.
Representa-me como emocional e espiritualmente independente.
Em consequência (infelizmente) não é um registo simples da minha vida diária - em muitos casos - oferece uma alternativa a ela."

Susan Sontag, in Renascer - Diários e Apontamentos 1947-1963, Quetzal 2010

Blue leaves

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Espera


Dei-te a solidão do dia inteiro.
Na praia deserta, brincando com a areia,
No silêncio que apenas quebrava a maré cheia
A gritar o seu eterno insulto,
Longamente esperei que o teu vulto
Rompesse o nevoeiro.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Possibilities



I prefer movies.

I prefer cats.

I prefer the oaks along the Warta.

I prefer Dickens to Dostoyevsky.

I prefer myself liking people

to myself loving mankind.

I prefer keeping a needle and thread on hand, just in case.

I prefer the color green.

I prefer not to maintain

that reason is to blame for everything.

I prefer exceptions.

I prefer to leave early.

I prefer talking to doctors about something else.

I prefer the old fine-lined illustrations.

I prefer the absurdity of writing poems

to the absurdity of not writing poems.

I prefer, where love's concerned, nonspecific anniversaries

that can be celebrated every day.

I prefer moralists

who promise me nothing.

I prefer cunning kindness to the over-trustful kind.

I prefer the earth in civvies.

I prefer conquered to conquering countries.

I prefer having some reservations.

I prefer the hell of chaos to the hell of order.

I prefer Grimms' fairy tales to the newspapers' front pages.

I prefer leaves without flowers to flowers without leaves.

I prefer dogs with uncropped tails.

I prefer light eyes, since mine are dark.

I prefer desk drawers.

I prefer many things that I haven't mentioned here

to many things I've also left unsaid.

I prefer zeroes on the loose

to those lined up behind a cipher.

I prefer the time of insects to the time of stars.

I prefer to knock on wood.

I prefer not to ask how much longer and when.

I prefer keeping in mind even the possibility

that existence has its own reason for being.
 
 
By Wislawa Szymborska

Sou


Sou composta por urgências:
minhas alegrias são intensas;
minhas tristezas, absolutas.
Entupo-me de ausências, esvazio-me de excessos.
Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos.
( Clarice Lispector )

Esta é para o meu irmão

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A sonhar...


"Eu tenho uma espécie de dever, de dever de sonhar, de sonhar sempre, pois sendo mais do que um espectador de mim mesmo, eu tenho que ter o melhor espectáculo que posso.
E assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre luzes brandas e músicas invisíveis."

(Fernando Pessoa)
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