segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Se houvesse degraus na terra...


Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.

Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.

Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.

Herberto Helder
(Faz hoje 79 anos)

domingo, 22 de novembro de 2009

Nem tudo é fácil...


É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer alguém triste.
É difícil dizer amo-te, assim como é fácil não dizer nada...
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil vermos o que a vida nos traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e adormecer...
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer alguém chorar.
É difícil colocarmo-nos no lugar de alguém, assim como é fácil olharmos sempre para o nosso umbigo.
Se erraste, pede desculpas... É difícil pedir perdão?
Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou contigo, perdoa... É difícil perdoar?
Mas quem disse que é fácil arrepender-se?
Se sentes algo, di-lo... É difícil abrires-te?
Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que te queira escutar?
Se alguém te diz algo menos bom, ouve... É difícil ouvir certas coisas?
Mas quem disse que é fácil ouvir-te a ti?
Se alguém te ama, ama-o... É difícil entregares-te?
Mas quem disse que é fácil ser feliz?

Nem tudo é fácil na vida...
Mas nada é impossível...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Shiiiiiiiu!










Proposta de Trabalho


Foi proposto, no âmbito do módulo de Cultura, Língua e Comunicação – Culturas de Urbanismo e Mobilidade, um projecto que vise a criação de uma escola ideal, tendo em conta a sua construção e arquitectura; ruralidade ou urbanidade; administração, segurança e território; as mobilidades locais e globais, a multiculturalidade e a Língua Portuguesa como Património Nacional e Agente de Cultura.

O PROJECTO
A criação do meu ideal de escola, "O PALÁCIO DOS SONHOS", será planeada tendo em atenção vários aspectos que pretendo desenvolver:

 Valência de CRECHE – Esta escolha baseia-se no facto de este poder ser um espaço que desenvolverá as crianças na sua primeira infância, o que será uma referência para o seu futuro escolar. Considero muito importante que este sítio, fisicamente, possa proporcionar vários estímulos positivos, que façam com que a criança se sinta bem dentro desta comunidade. Esta escola irá acolher 60 crianças até aos 3 anos de idade. Toda a área é espaçosa e terá uma recepção, dois berçários com capacidade para oito bebés cada um, duas copas para cada berçário, quatro salas com capacidade para onze crianças cada uma, uma sala de isolamento, duas casas de banho infantis, duas casas de banho para adultos (uma feminina e outra masculina), e dispensa, balneário das funcionárias, sala de pausa, refeitório, cozinha, escritório da Coordenadora Pedagógica, sala de reuniões, espaço amplo de recreio interior, espaço amplo de recreio exterior equipado com divertimentos adequados ao tamanho e idade das crianças, piso adequado e ecológico. Serão assegurados extintores em diversos pontos e câmaras de vigilância.
A criação da escola irá proporcionar inúmeros postos de trabalho, contribuindo para o desenvolvimento económico da área envolvente.

 Modelo Pedagógico High-Scope – O modelo Pedagógico High-Scope, tem como orientação a aprendizagem activa, o ambiente físico e os horários e rotinas, ou seja, há que reflectir para a organização dos espaços e do tempo, embora se dê mais ênfase à pedagogia de participação, através de uma grande interacção entre o adulto e a criança, tendo como resultado, uma melhor verificação de quais são as principais dificuldades de cada criança.
A aprendizagem activa diz-nos que é desde o nascimento que os bebés aprendem, através das relações que estabelecem com os outros e através das explorações que fazem com os materiais do seu quotidiano. A relação que estabelece com os materiais, vem muito do 1º estádio piagetiano, o sensório-motor, onde a inteligência é organizada em esquemas de acção e onde a criança se serve de percepções e movimentos para compreender o mundo pelo uso, com o que vê e com o que sente.
Se esta aprendizagem activa é o conceito-chave do High-Scope, podemos perceber que é direccionado a crianças na valência de creche, pela idade em que estes conceitos são adquiridos - entre o nascimento aos dois anos.
Neste modelo pedagógico é dado grande interesse à amplitude do espaço, que deve ser amplo e com a existência de muita luz natural. O espaço central é muito importante para que as crianças possam alargar as suas brincadeiras.
Outro ponto curioso é que os materiais devem ser arrumados de forma visível e acessível à criança, para esta trabalhar a sua independência.

 Área de Envolvimento – A escola será inserida em zona urbana, por diversos motivos. Uma escola integrada na massa urbana permite a proximidade, não só com a família e com a sua habitação (logo, uma mobilidade mais fácil), como também com o Hospital, Bombeiros, Centro de Saúde, Polícia, que trarão um conforto ao nível da segurança que o meio rural não permite, na maior parte das vezes. Embora o urbanismo moderno traga também perigos acrescidos, como o excesso populacional, excesso de tráfego e desequilíbrios sociais, penso que uma escola bem inserida e bem arquitectada pode proporcionar um oásis no meio da metrópole. Outra vantagem no meio urbano é a facilidade de acesso aos vários transportes públicos urbanos (comboio, autocarro, mini autocarro, metro e outros). A cidade está no centro de tudo – uma ida ao teatro, ao oceanário ou ao cinema, são feitas com uma facilidade acrescida, proporcionada pela proximidade.

 Pública vs Privada - Esta escola é idealizada em serviço público. As escolas públicas, em termos sociais, têm as suas vantagens – a multiculturalidade, que se traduz numa maior facilidade na integração de imigrantes, de culturas, de religiões e etnias diferentes da nossa, visando a utilização e divulgação da Língua Portuguesa. Para além disso, o meu conceito de escola ideal passa por este, ser um serviço público e gratuito. A educação inicia-se desde cedo e, quanto melhor for a influência dessa mesma educação, melhores cidadãos e indivíduos teremos no futuro. É nesse investimento de futuro, que o Estado deve providenciar medidas e apoios para que, cada vez mais, as escolas se centrem em formar pessoas, contribuindo para uma sociedade mais culta, com princípios cívicos e humanos cada vez maiores. Ainda de salientar que, menores desequilíbrios entre os vários extractos sociais (convivência entre as várias classes), permitem comunidades mais equilibradas, mais justas e sem conceitos elitistas.

 Localização – Lisboa – Parque das Nações. Esta escolha vem no sentido das vantagens desta localização – proximidade com interface de vários transportes públicos, imediação de várias zonas de segurança pública e de saúde, proximidade de zonas com atractivas áreas verdes e espaços amplos que permitem um maior contacto entre as crianças e o meio envolvente, tendo a vantagem de ter como cenário o rio Tejo, contribuindo assim para uma maior reconciliação entre o ser humano e a natureza (o que vai rareando nas sociedades urbanas modernas). Esta área envolvente é dotada de vários parques infantis, apelando ao convívio e à salutar diversão ao ar livre, tão apreciada pelas crianças.

 Arquitectura, Construção e o Meio envolvente – Sendo o Parque das Nações uma zona nova, dotada de infra-estruturas recentes e beneficiando de um bom serviço de telecomunicações, distribuição de águas e energia, pode-se ainda assim, optar pela construção de raiz de uma escola o mais auto-sustentável possível, viabilizando uma autonomia à escala energética, poupando os recursos do planeta e dando preferência aos materiais ecológicos e naturais da região, como o calcário, a argila, o mármore e a madeira. Numa arquitectura moderna, podemos integrar painéis solares e sistemas eólicos para o conforto das instalações, beneficiando do espaço amplo existente no local. Esta escola terá uma construção envolvida em vastos espaços verdes autóctones, contribuindo assim para uma qualidade de vida didáctica pelo contacto com a natureza. Aqui as crianças têm oportunidade de sair para o exterior e contemplarem jardins, lagos, zonas de repouso e lazer e também a prática de diversos desportos, pois a zona é apelativa a isso e interiorizarem, desde cedo, a sua importância.
Em termos de tipologia da arquitectura, esta escola terá um conceito arquitectónico moderno, com linhas rectas, confluindo harmoniosamente com as construções existentes em seu redor.
A arquitectura moderna da Creche caracteriza-se pela ausência de símbolos ornamentais e apela ao sentido da economia e da utilidade, sendo preponderante a ligação da utilidade com o prático.

 Gestão dos espaços – Os espaços relativos à Creche, terão em conta que esta escola se dirige a crianças pequenas (até aos 3 anos) e, que por isso, as divisões dos espaços têm que ser amplas e bem percepcionadas para que as crianças possam ser deslocadas facilmente, sem grandes complicações, aos espaços comuns. A maioria das escolas tradicionais desmotiva a interacção social dentro da escola e, muitas vezes, é tida por ser uma “distracção”, mas este projecto está direccionado para ter espaços de interacção comuns, estimulando as crianças ao convívio, seguindo e incutindo sempre as regras e limites relacionadas com o bom relacionamento.
Assim sendo, haverá um espaço central relativo aos espaços comuns, como o refeitório, o recreio interior e o edifício será projectado numa curvatura em torno desse círculo comum com as salas e berçários, as salas de trabalho e de pausa, gabinetes e salas de reunião e recepção. Todos estes espaços são harmoniosamente dispostos, visando uma fácil mobilidade dentro da instituição e dotados de luz natural, através de uma clarabóia no tecto no recreio interior e revestido por algumas paredes e janelas de vidro inquebrável à volta de todas as salas e berçários.
Seguindo o Plano Director Municipal (PDM), a Creche será projectada, segundo um modelo de estrutura espacial do território municipal da área de Lisboa. Este procedimento é obrigatório e tem como principais objectivos promover um sistema de planeamento, sustentado com a organização da rede geral de equipamentos e infra-estruturas. Inclui-se neste plano a rede verde municipal, através de políticas de desenvolvimento económico e social e tendo em conta a valorização do património cultural e natural, a requalificação urbanística e o apoio a novos investimentos e participação pública.

 Cultura – O projecto educativo é um projecto do estabelecimento de ensino e é comum a todas as valências. Neste caso, a Creche teria o seu projecto educativo composto por um regulamento interno, onde se estabelecem as regras e deveres próprios a esta valência; pelo plano de intervenção, que é feito para que cada sala trabalhe os temas e actividades, conforme se achar pertinente e ainda pelo plano anual de actividades, lista que engloba os temas que vão ser abordados, festejados e agendados.
É dentro deste projecto educativo que pretendo falar em cultura, pois será projectada em todos os planos por ele abrangidos. A educação é um dos principais veículos de socialização e de promoção de desenvolvimento individual. Inserindo-se num contexto histórico, social e cultural mais amplo, os sistemas educativos acabam por ilustrar os valores que orientam a sociedades e que esta quer transmitir. É neste sentido que se pode falar, de uma forma global, de uma cultura que se cria e preserva através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade e, especificamente, numa cultura escolar – num conjunto de aspectos transversais que caracterizam a escola como instituição.
A educação tem como finalidade promover mudanças desejáveis e estáveis nos indivíduos, que favorecem o desenvolvimento integral do Homem em sociedade. Não havendo educação que não esteja imersa em cultura, tendo em conta o próprio momento histórico em que nos situamos, não se podem conceber experiências pedagógicas e metodológicas organizacionais, promotoras dessas modificações, de modo “desculturalizado”.
Sendo assim, a educação e as aprendizagens são processos contíguos que acompanham, assistem e marcam o desenvolvimento de cada ser e envolvem a preservação e a transmissão da herança cultural. Deduz-se por isto, a importância que o sistema educativo assume na socialização e perpetuação da cultura.
A minha Creche ideal é uma instituição, que em primeira linha, irá contribuir na constituição de valores que indicam os rumos assertivos e culturais, pelos quais a sociedade trilhará o seu caminho no futuro.

sábado, 17 de outubro de 2009

Modelos Pedagógicos de Educação



Introdução
Antigamente, não havia a consciência de que a criança necessitava de uma atenção especial e diferenciada na sua educação, sendo que a responsabilidade da criança era atribuída às mães e a criança era vista como uma cópia do adulto, à qual não era dada a devida importância ao seu desenvolvimento e ao seu processo de aprendizagem.
Os antigos gregos foram os pioneiros em termos de educação às crianças, sendo que os rapazes eram entregues à educação militar e as raparigas permaneciam sob a tutela da mãe, aprendendo as várias tarefas domésticas.
Mais tarde, por volta do século XVI e XVII houve um despertar para a necessidade da educação da criança como ser social e não apenas como parte de um grupo familiar.
Surgiram os chamados precursores da educação pré-escolar e ao longo dos anos, esta educação foi evoluindo, conforme as necessidades da criança, acompanhando a própria evolução da sociedade e a evolução dos estudos feitos nesse sentido.
Dois desses precursores deram origem a dois modelos pedagógicos, que se destacaram e que, actualmente, são os mais utilizados.
Um desses modelos é o High-Scope, que tem as suas origens na teoria de Jean Piaget, que se centra no desenvolvimento cognitivo, na interacção com os objectos e com os outros pares ou adultos e tem como principal preocupação a autonomia intelectual da criança.
Outro modelo pedagógico que se utiliza frequentemente é o MEM (Movimento de Escola Moderna) e teve as suas raízes em Celestin Freinet. Esta influência centrava-se na criança como ser social e este defendia que a educação não deve ser só por transmissão, nem só pelas descobertas que a criança faz. A escola por ele concebida deveria ser activa e dinâmica. Este modelo tem como chave a participação das crianças na organização do trabalho em sala e nos registos escritos, que se fazem a partir do que a criança faz ou diz. Tem como preferência grupos heterogéneos para que se garanta o respeito pelas diferenças individuais e pela democratização, para que haja um enriquecimento cognitivo e sociocultural.

De acordo com as características das crianças de creche e as das de Jardim de Infância, qual destes modelos pedagógicos se adequa melhor a cada uma destas valências?
O modelo MEM é mais adequado à valência de Jardim de Infância, enquanto que o modelo High-Scope pode adequar-se a ambas as valências, embora existam muitas características direccionadas apenas à creche.

Justifique
O MEM adequa-se melhor ao ensino pré-escolar pelas suas características. Este assenta a sua educação na organização dos espaços, nos mapas de registo e na organização do tempo, procurando que estes parâmetros sejam um treino para um sistema democrático.
Dá preferência aos grupos heterogéneos que é indicador que se aplica melhor ao jardim-de-infância, onde as salas poderão ter crianças dos 3 aos 5 anos, enquanto que na creche, as salas têm grupos de crianças da mesma idade, não havendo essa hipótese de escolha heterogénea.
Este modelo também aposta nas oficinas ou ateliers, que permitem que a criança possa exprimir-se em diferentes áreas como a biblioteca, a oficina de escrita, as actividades plásticas, a oficina de carpintaria, o laboratório de ciências, o canto dos brinquedos, a cozinha (que pode ser exterior à sala) e uma área polivalente, onde se fazem os encontros do grande grupo. Evita-se, o mais possível, que estes espaços sejam infantilizados, devendo aproximarem-se o mais possível à realidade dos adultos. Estas áreas são aplicadas a crianças dos 3 aos 5 anos, pela exploração e pela maturação que a criança tem que ter atingida, para poder fazer plenamente essa mesma descoberta. Também em termos de maturação e para poder interrogar-se sobre as coisas, este modelo é aplicável ao jardim-de-infância, pois é através das actividades que a criança faz, que ela, posteriormente, irá interpor outras questões, que poderão desencadear outros projectos auto-propostos ou provocados pelo educador.
Depois, ainda podemos analisar os mapas de registo que, em tudo, nos indicam que se dirigem a crianças na faixa etária do pré-escolar, por exemplo, para preenchermos o diário de grupo, a lista semanal de projectos e o quadro de tarefas, a criança tem que ter um prévio conhecimento de si mesmo, ou já ter iniciado esse processo, para saber o que gosta e o que não gosta. Para poder propor projectos, também tem que ter um prévio conhecimento do mundo e do que se pode explorar. Para ser o responsável diário por determinadas tarefas, a criança também tem que ter já interiorizado o conceito de responsabilidade, e todas estes itens são só aplicáveis ao jardim-de-infância e não à creche.
O modelo High-Scope, tal como o MEM, são construtivistas e têm como orientações a aprendizagem activa, o ambiente físico e os horários e rotinas, ou seja, ambos têm que reflectir para a organização dos espaços e do tempo, embora o High-Scope dê mais ênfase à pedagogia de participação, através de uma grande interacção entre o adulto e a criança, tendo como resultado, uma melhor verificação de quais são as principais dificuldades de cada criança. Não há uma grande exigência em relação à responsabilidade da criança na gestão do trabalho de sala, como acontece no MEM. Aqui dá-se enfoque à aprendizagem activa. Esta aprendizagem diz-nos que é desde o nascimento que os bebés aprendem, através das relações que estabelecem com os outros e através das explorações que fazem com os materiais do seu quotidiano. A relação que estabelece com os materiais, vem muito do 1º estádio piagetiano, o sensório-motor, onde a inteligência é organizada em esquemas de acção e onde a criança se serve de percepções e movimentos para compreender o mundo pelo uso, com o que vê e com o que sente.
Se esta aprendizagem activa é o conceito-chave do High-Scope, podemos perceber que é direccionado a crianças na valência de creche, pela idade em que estes conceitos são adquiridos - entre o nascimento e os dois anos.
Neste modelo pedagógico é dado grande interesse à amplitude do espaço, pelo que deve ser amplo e apenas existir nos cantos da sala, centros de interesse (como a área da casa, a área da construção, a biblioteca e a expressão plástica, sendo que estas duas últimas, devem ser localizadas onde exista luz natural), mas o espaço central é muito importante para que as crianças possam alargar as suas brincadeiras.
Também em relação aos materiais, existe um ponto relevante, que se adequa muito bem às crianças de creche, que é o facto dos materiais existentes em sala serem, apenas, em número suficiente e adequado às actividades individuais e de grupo, sendo que serão adicionados outros, pontualmente. Esta é uma característica de creche, para que a atenção possa ser focada e não dispersa. Outro ponto curioso é que os materiais devem ser arrumados de forma visível e acessível à criança, para esta trabalhar a sua independência.

Conclusão
A análise das várias componentes de um e outro modelo pedagógico, leva-nos a concluir que ambos têm pontos de grande interesse pedagógico e que um se aplica melhor a uma idade e outro, a outra idade.
Apercebemo-nos ainda da grande expansão e desenvolvimento da educação quer em creche, quer em Jardim-de-Infância e que, cada vez mais, a educação na primeira infância é considerada a grande base educativa e que se articula com o ensino básico, havendo uma preparação nesse sentido.
Os vários modelos pedagógicos têm objectivos pertinentes que promovem o desenvolvimento da criança e por isso, actualmente, é considerado importante que as crianças frequentem a creche e o jardim-de-infância porque é através dessas valências que se desenvolvem competências e destrezas, aprendem-se normas, regras e valores que enriquecem o sentido cívico da criança e assegura o seu futuro na escola e na sociedade.

Elaborado por Sara Sousa

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Acompanhamento de crianças em Creche e Jardim de Infância


O acompanhamento de crianças exige de nós grande poder de dádiva, de responsabilidade e de coerência.
Partilho aqui os 10 pontos que considero mais importantes para quem ocupa este cargo.

DAR AFECTO
É muito importante que a criança sinta que gostam dela, para que se criem laços e para que esta se sinta num ambiente de segurança, cumplicidade e amizade. Todos os outros factores são influenciados por este sendo que, na minha opinião, esta é a grande base para que todos os outros, mais facilmente se conquistem. Um abraço, um carinho ou um beijinho – o contacto físico – vai reforçar a demonstração de afecto que deve ser sempre acompanhada de respeito pela criança.

ESTIMULAR A CRIANÇA AO NÍVEL DA RESPONSABILIDADE

Este ponto não deve ser esquecido para que a conduta da criança seja baseada na responsabilização pelas suas acções, pelos seus pertences, pela sua sala, pelo seu meio. Neste campo, o papel da técnica, será ensiná-la e orientá-la para que tome conta do que é seu (da sua mochila, do seu casaco, da lancheira, do seu material) e ensiná-la também a responsabilizar-se pela sua integridade física e pela dos outros Neste ponto, penso que também cabe a aprendizagem do respeito pelos colegas e pelas restantes pessoas, chamando-a à atenção sempre que isso não suceda, ensinando-a, orientando-a e fazendo-a reflectir para o que é correcto e assertivo.

APRENDER A DIZER NÃO
Esta aprendizagem engloba vários aspectos. O adulto que aprende a dizer não à criança, justificando o porquê dessa resposta, irá fazer com que a criança compreenda, e aprenda também, a justificar os seus motivos sempre que, também, diga não a alguém. Ajudá-los à reflexão, vai ajudá-los a ver as coisas por outras perspectivas. Sempre que aconteça a situação de dizermos não e mais tarde, pensarmos que afinal deveríamos ter dito que sim, devemos redimirmo-nos e explicar porque o fizemos.
De salientar também, que as crianças têm que aprender a lidar com as próprias frustrações à negação de algo, para que, mais tarde, possam enfrentar, com maior resistência, as dificuldades com que se possam deparar.

OBEDECER A REGRAS / IMPOR LIMITES
As regras devem ser impostas quando existe um conhecimento do grupo para que estas possam ser dirigidas especificamente aquele grupo e para que possam ser executáveis. Estas devem ser cumpridas por todos e o impor limites vem no seguimento da aplicação de regras, ensinando-os que a nossa liberdade termina onde começa a do outro. Devemos ajudar a criança nesse processo de conhecimento e mais do que tudo, dar o exemplo.

ENSINAR JOGOS E MÚSICAS
Através dos jogos e músicas podemos estimular a comunicação, a sociabilização e ainda a linguagem. As cadências e os ritmos musicais favorecem a que falem mais fluentemente e para os mais tímidos é uma boa fórmula para que se desinibam. Devemos, por isso, usá-los com frequência, pois para além disso, é um momento lúdico que as crianças apreciam.

ESTIMULAR A CRIATIVIDADE
Podemos estimular a criatividade através da leitura de uma história, fazendo com que imaginem sem o suporte das imagens, através do desenho, de jogos de faz de conta e através de conversas de grupo que os levem a pensar e sobretudo a imaginar.

ACOMPANHAR NAS BRINCADEIRAS Devemos acompanhá-los nas brincadeiras através da supervisão das mesmas ou incluirmo-nos nelas, sempre que sejamos solicitadas. A supervisão, muitas vezes, deverá ser subtil, para que a criança não se aperceba que está a ser vigiada e que, com isso, fique constrangida. Também devemos ter especial atenção a situações em que a criança solicite a nossa presença nas brincadeiras porque não consegue brincar sozinho, ou não consegue juntar-se em pares. Aí, o nosso procedimento terá que ser o de estimular e incentivar à partilha das brincadeiras com os outros.


ESCLARECER AS DÚVIDASA curiosidade das crianças não tem fim e é possível que haja alguma ocasião em que não saibamos responder correctamente às suas questões. Sempre que não haja a certeza (ou mesmo desconhecimento) na resposta, devemos dizer-lhe que vamos procurar saber o que perguntou e que no dia seguinte lhe respondemos e claro, cumprir a promessa.

CUIDAR DA SAÚDE
Penso que é muito importante saber como agir em caso de doença ou acidente, pois considero que é uma área de enorme responsabilidade e sobretudo, porque há situações em que se não houver um pré-socorro correcto, podem acontecer lesões ou outras situações. Como técnica, há que obter informações, dadas pelos pais, o mais precisas possíveis sobre o que fazer, face a diversas problemáticas que possam surgir, como febre, por exemplo e deve-se sempre avisar os pais da criança em situação de doença.

FAZER A SOCIALIZAÇÃO
Este ponto será o culminar de todas as outras aprendizagens e visto que a criança está em constante evolução, vai-se tornando cada vez mais num ser social e o nosso objectivo profissional é que a criança goze dessa sociabilização, respeitando os outros, tirando partido de todos os estímulos que foram explorados e que se sinta em casa, dentro da instituição. A postura da profissional deverá assentar no prazer de trabalhar com crianças e poder dar o máximo para que, o desenvolvimento das suas crianças sejam elevado ao seu expoente máximo.


Texto elaborado por Sara Sousa


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Parece... mas não desaparece...


Parece que tudo já passou...
As pessoas perguntam: -Então, já estás melhor?
Afinal, já faz quase 5 meses que partiste...
Mas dou por mim a viver de novo o dia
A ver o rosto da mãe a transformar-se no novo rosto que lhe ficou
Dou por mim a indagar se isto é verdade, se, por algum milagre, vais passar de carro e apitar (onde tantas vezes te revejo em rostos desconhecidos...)
Parece que tudo já passou, mas está agora a começar...
A dor aumenta, não acalma e sinto necessidade de te falar (...ou escrever)
Esta dor que se perpetua a cada dia que passa na tua ausência
Queria te ter dito tanto que não disse
Dar-te a certeza do meu amor, do meu enorme carinho e agradecimento
Eras o meu protector, contigo sentia-me segura fosse onde fosse
Aproxima-se o Natal e... não sei como suportá-lo sem ti
Meu irmão, meu amigo, meu companheiro de brincadeiras, de maluqueiras
Lembro-me de tudo tão claramente...
O estarmos em Moçambique e eu cheia de medo da nova escola e tu,
Ias buscar-me de mota, fazias cavalinhos e eu era feliz, tão feliz...
Sempre foste atencioso nos meus quereres... Oferecias-me no aniversário LP's do Rod Stewart
E quiseste levar-me ao Restelo a um concerto dele, mas eu era muito nova e não deixaram...
Lembro-me também de querer ir a discotecas e tu, pedias com muito jeitinho, para me levares...
Recordações antigas, recordações actuais
Lembro-me constantemente da ligação tão especial que tinhas (prefiro achar que ainda tens...) com os teus sobrinhos, que segundo dizias, eram os filhos que tu não tiveste...
Tudo isto e muito mais que me lembro, mas, em especial, lembro o teu rosto risonho
Os teus olhos lindos, do teu sorriso único que me traz tanta saudade...
Onde quer que estejas, recebe esta mensagem, que é pouca para ser homenagem
Mas que dita este meu coração de irmã...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Estar com crianças...



Vocês dizem:
É cansativo estar com crianças
E não há dúvida de que têm razão.
Depois acrescentam:
Porque temos de nos pôr ao nível delas,
porque temos de nos baixar, inclinar,
curvar, tornar pequenos.
Mas aí é que voçês estão enganados.
O que mais cansa não é isso,
o que mais cansa é sermos obrigados
a elevarmo-nos até à altura dos seus sentimentos.
A esticarmo-nos, a alongarmo-nos,
a ficar em bicos dos pés.
Para nunca as magoar.

By Janusz Korczak


terça-feira, 29 de setembro de 2009

A "coisa"

«Berlusconi é uma coisa perigosamente parecida com um ser humano, uma coisa que dá festas, organiza orgias e manda num país chamado Itália»


Assim diz José Saramago sobre a coisa... Esta coisa, Silvio Berlusconi, já tinha feito umas piadinhas aquando do sismo de L'Aquilla, ao cumprimentar um padre negro, "elogiou-lhe" o bronze... Não satisfeito, ao ver o embaraço do padre, agarrou-se a ele e disse: "Venha cá, abrace-me e chame-me Papa!"...
Ainda sobre o sismo, disse aos sobreviventes para encararem a vida nos campos de desalojados como... umas férias no campismo (não há comentários possíveis...).
Mas as anedotas assistem-lhe, uma atrás da outra e, não resistindo à beleza de uma médica que auxiliava os feridos, diz-lhe: "Quem me dera ser ressuscitado por si"...
Ora, esta coisa, que gosta de borrar tudo, agora refere-se a Barack Obama como o Sr. Bronzeado... Não contente com a grande chalaça, acrescenta ainda que Michelle Obama deve ter ido à praia com Obama, porque também ela está bronzeada... (ainda por cima o artista só diz graçolas boas e de qualidade...)
Acho que o Saramago foi um gentleman ao chamar "coisa" a Berlusconi.
Será que ele pensa que ainda anda a servir de entertainer em navios? É pena que já não esteja... Talvez alguma alma caridosa o empurrasse borda fora, deixando-o à deriva num oceano qualquer. Só lamento pelos peixes, que indigestão!


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Parabéns Pai!


PARABÉNS Pai e obrigado por tudo... Pela partilha, pelos bons momentos que me proporcionaste ao longo da vida e que continuas a proporcionar, pelo Ser genuíno, honesto e íntegro que és, pelas tuas palavras cheias de sabedoria e de bom senso e por toda a protecção e carinho que sempre senti receber.
Que este dia seja repleto de alegrias, que as coisas mais dolorosas que hoje recordamos, possam lembrar-nos que continuamos a ser uma família bonita e unida, que gostamos muito uns dos outros e que isso, é a verdadeira essência da palavra Família... apesar de tudo, ainda temos isso.
FELIZ ANIVERSÁRIO, PAI!! ...lembra-te que te adoro, para todo o sempre.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Na noite em que te perdi


No escuro da noite
Na acalmia que enlouquecia
No silêncio que ensurdecia
Apenas eu me movia...
Os corações não palpitavam
As guitarras não tocavam
Nem os grilos cantavam...
Nessa noite escura
Só te queria ver
Mas não via nada...
Nessa noite cerrada
No meio da escuridão
Não te podia dar a mão
Nem sequer te vislumbrar...
Foi quando percebi
Que estava tão esquecida
Tão perdida, tão sofrida
Tu tinhas partido
Para onde, eu não sei...
Mas sei que te procuro
Tão desesperadamente
A tua alma chamei
Por onde andas?
Nessa noite onde as estrelas não brilham
Nessa noite de silêncio e escuridão
Onde estás tu, meu irmão?
Ao longo da noite
Onde senti que realmente te perdi
Despedaçaram-se pedaços da minha alma
Ninguém imagina o que sinto
Ninguém supõe o vazio da tua ausência
Pelos caminhos tortuosos da vida
Sentia a tua protecção
E agora, não sinto nada...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Arte - Audrey Kawasaki

Audrey Kawasaki é uma pintora americana, tem 27 anos e a sua arte fascinou-me de verdade!
Ela pinta a óleo, directamente na madeira, usando também a arte do grafite.
As suas obras são enigmáticas, contraditórias, oscilando entre a inocência e o erotismo, para além de serem ainda um verdadeiro elogio às mulheres e à sua sensualidade.
Deixo aqui algumas dessas obras para apreciarem!





















quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A noite cai

A Noite vem poisando devagar
Sobre a Terra, que inunda de amargura...
E nem sequer a bênção do luar
A quis tornar divinamente pura...

Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu oiço a Noite imensa soluçar!
E eu oiço soluçar a Noite escura!

Por que és assim tão escura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma Saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!

Florbela Espanca

segunda-feira, 13 de julho de 2009

PARA O MEU IRMÃO QUERIDO...



Os sorrisos que outrora demos,
nunca mais poderão ter a mesma cor,
nem mais poderão ser em uníssono.
Não mais o meu olhar se poderá perder no teu...
Ausentaste-te de mim
Enlouquecendo as minhas horas
Pela dor insuportável da tua falta
Nem as lágrimas aliviam este sofrer...
Agora, descansas nos braços de Deus
E permaneces na luz eterna.
Que ela, um dia, ilumine o meu caminho
E nos faça reencontrar no mesmo lar... eu espero, desejo que assim seja.
Por agora, resta-me a tua lembrança
A agridoce lembrança dos teus lindos e brilhantes olhos
Que nem por um segundo consigo esquecer...
...Adoro-te para sempre, eternamente...
Saudade é agora uma palavra sem precedentes para mim
Saudade é a tua presença em mim na tua ausência física
Saudade, amor, saudade, amor... sinto tanto disto por ti....

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