terça-feira, 29 de março de 2011

Where Children Sleep

James Mollison é o fotografo por detrás destas belas imagens, que retratam diversas crianças do mundo e os seus quartos.
Um notável paralelo ao redor das diferenças culturais da desigualdade. Todo o projecto está disponível no livro "Where Children Sleep".














domingo, 27 de março de 2011

Para ti, Ricardo


Por vezes, dou por mim a pensar, no quanto adorava saber pintar aguarelas maravilhosas, leves e etéreas. Criar algo meu. Apenas sei desenhar à vista (cópias) e fazer bonecos idênticos às ilustrações da Carla Antunes, o que já em si é um grande feito. 
Adorava saber tirar das cordas de um violino emoções, daquelas incompreendidas, que nos fazem suspirar... Adorava ter uma voz clara e poderosa, cantar coisas que ficassem na memória de quem as ouvisse - apenas tenho ouvido melodioso, que me permite entoar afinadamente, mas aquelas notas mais difíceis... não, não são para as minhas cordas vocais.
Gostaria de transmitir em palavras o que fervilha dentro de mim, mas as palavras são  pequenas e não adjectivam com exactidão a profundidade daquilo que sinto.
Apenas sei perder-me nos teus olhos, contemplar-te e encontrar em ti o maior dos meus dons.

(Obrigada eu pelo dia de ontem!)


sábado, 26 de março de 2011

Metamorfose


A alma é uma borboleta...
há um instante em que uma voz
nos diz que chegou o momento
de uma grande metamorfose.

Rubem Alves

segunda-feira, 21 de março de 2011

Primavera, Árvores e Poesia


Cheiro a terra as árvores e o vento
Que a Primavera enche de perfumes
Mas neles só quero e só procuro
A selvagem exalação das ondas
Subindo para os astros como um grito puro.

 Sophia de Mello Breyner

segunda-feira, 14 de março de 2011

A abotoar



Amar é dividir e multiplicar ao mesmo tempo.
Essa aritmética do que temos cá dentro torna-se mais difícil quando é suposto abotoar o coração até ao último botão...
É de tanto o abotoarmos que todos nós - uns mais do que outros -  temos medo do amor, nos baralhamos nele ou, pior, fugimos de o viver, não percebendo que pior do que ter medo é fugir de o ter.

domingo, 13 de março de 2011

Acordo (dis)ortográfico


Não devo ser a única com dúvidas existenciais sobre o tema e, perdoem-me, mas não acho graça nenhuma à forma como elaboraram e decidiram como se iria passar a escrever daqui para a frente.
Compreendo que a linguagem vai evoluindo e, é certo que nos vamos adaptando a uma ou outra nova palavra, mas mudarem de repente uma quantidade enorme de vocábulos, abolirem mais uns tantos acentos, não me parece bem... É com estranheza que vejo escritas certas palavras, saltam-me à vista, tal como me acontece com os erros ortográficos.
Sou "old fashion", mas não sou conservadora, nem tenho nacionalismo exacerbado, nada disso, aliás, considero-me "open-mind" para, e porque não, usar "estrangeirismos" sem ver nisso a minha língua materna ameaçada. Sou nacional e internacional. Sou cidadã de Portugal e do Mundo. E assim, sem quaisquer resquícios de xenofobia, digo que tenho brio em escrever o Português de Portugal e que vou continuar a fazê-lo.

Live the language





terça-feira, 8 de março de 2011

Hoje chove...

hoje chove muito, muito,
dir-se-ia que estão a lavar o mundo.
o meu vizinho do lado vê a chuva
e pensa em escrever uma carta de amor
uma carta à mulher com quem vive
e lhe faz a comida e lava a roupa e faz amor com ele
e se parece com a sua sombra
o meu vizinho nunca diz palavras de amor à mulher
entra em casa pela janela e não pela porta
por uma porta entra-se em muitos sítios
no trabalho, no quartel, na prisão,
em todos os edifícios do mundo
mas não no mundo
nem numa mulher
nem na alma
quer dizer
nessa caixa ou nave ou chuva que chamamos assim
como hoje
que chove muito
e me custa escrever a palavra amor
porque o amor é uma coisa e a palavra amor é outra coisa
e só a alma sabe onde as duas se encontram
e quando
e como
mas que pode a alma explicar
por isso o meu vizinho tem tempestades na boca
palavras que naufragam
palavras que não sabem que há sol porque nascem e morrem na mesma noite em que ele amou
e deixam cartas no pensamento que ele nunca escreverá
como o silêncio que existe entre duas rosas
ou como eu
que escrevo palavras para regressar
ao meu vizinho que vê a chuva
e à chuva
ao meu coração desterrado


Juan Gelman

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Suspended dreams...




Butterfly; butterfly fly away,
teach me how to be as free as free can be.

Butterfly; butterfly I see you there,
its beautiful the way your wings caress the air.

Butterfly; butterfly go as high as you can go,
show me the things that I don't yet know.

Butterfly; butterfly fly into the sky,
dropp down and land yourself by my side.

Butterfly; butterfly I see you kiss a flower,
my eyes fill and I begin to ponder.

Butterfly; butterfly your beauty soars,
I see the beauty in you and I see the beauty within me.

Butterfly; butterfly show me the way,
For beauty is beautiful but there's more to me.

Butterfly; butterfly show yourself,
I see your colors and I see your shimmer, is there anything else?

Butterfly; butterfly what is the matter?
can't you give me an answer for the questions I desire?

Butterfly; butterfly I see you dying,
life is far too short to sit around crying.

Butterfly; butterfly don't you go,
for your goal has not yet been accomplished.

Butterfly; butterfly let me lift you,
I peer into your eyes and see that there's a secret inside.

Butterfly; butterfly let it out,
your secret could hold great things, give me the secret to life.

Butterfly; butterfly let me know,
before you take your last breath; show me what you hold.

Butterfly; butterfly there you go...
You twitch away letting me that the secret to life is having the courage...

to just let go.

Ashley Landry


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Acorda


"Um dia hei-de pensar no teu rosto
com um dedo que feche pálpebras
e direi
extinguiu-se a minha adoração
e nunca mais procurarei
os vestígios dos teus passos no mundo"


Luís Falcão in pétalas negras ardem nos teus olhos



sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mano...

Cada vez me é mais difícil escrever-te umas simples linhas...
É como se tivesse que desentranhar todas as minhas angústias.
Como se fosses tão frágil dentro do meu coração que pudesses desaparecer.
Coisas tão indescritívelmente sofridas que preciso te dizer, mas que ao mesmo tempo, levam-me a reacender a dor que a tua ausência deixou. 
Por vezes, penso que tu, de alguma maneira, sabes o que sinto e isso aligeira-me porque é muito difícil dizê-las nesta linguagem tão limitativa.
Mas hoje tive que tentar, sabes o quanto ligo a datas e hoje é uma data especial.
Farias 49 anos e não me lembro de nenhum 19 de Fevereiro que não tenhamos comemorado juntos... sempre bem-disposto, sempre a sorrir.
Recordo a tua voz, já quase imperceptível na minha memória.
Olho as tuas fotos e tristemente os píxeis não conseguiram alcançar o cintilante brilho dos teus olhos.
São essas memórias que me enchem os olhos de lágrimas, frias e amargas, quando me lembro de ti.
Tenho tanta pena, tanta...
E tal como a foto em negativo, ao invés do normal, ao contrário do que seria esperado, quero (preciso) desejar-te um feliz aniversário, mano.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

De amor para o amor


Lembre-se de que somos amor.
A sociedade faz com que nos esqueçamos disso.
A sociedade cria todo o tipo de condicionamentos que não lhe permitem lembrar de que é amor.
Onde o amor está, Deus está.
O amor é a fragrância da presença de Deus.
Lembre-se disso e destrua tudo o que a sociedade criou em si para impedi-lo de se lembrar da sua realidade.
Somos feitos de amor e somos feitos para o amor.

Osho, em "Meditações Para o Dia"

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Tudo muda


"Quando dizemos coisas como "as pessoas não mudam", deixamos os cientistas loucos.
Porque a mudança é literalmente a única constante da ciência.
Energia... matéria...
estão sempre a mudar.
Transformando-se...
fundindo-se...
crescendo...
morrendo.
O modo como as pessoas tentam não mudar é que não é natural.
Como queremos que as coisas voltem, em vez de as aceitarmos.
Como nos prendemos a velhas memórias, em vez de criarmos novas.
O modo como insistimos em acreditar, apesar de todas as provas contrárias, de que algo nesta vida é permanente.
A mudança é constante.
Como experimentamos a mudança depende de nós.
Pode parecer a morte ou uma segunda chance.
Se relaxarmos os dedos... nos desapegarmos...
seguirmos em frente... pode ser pura adrenalina.
Como se a qualquer momento tivéssemos uma nova oportunidade.
Como se a qualquer momento pudéssemos nascer de novo."

Em 'Anatomia de Grey'

Poesia em imagens

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