quinta-feira, 6 de maio de 2010

Basta-me


Cada instante é um lugar perdido
em que te entregas à passagem do tempo. 
A juventude é um vício que perdemos inevitavelmente. 
Dizes: é breve o amor, efémera a vida.
Somos uma estância museológica,
algo anacrónico que aprende a perdurar por medo de morrer. 
Toca-me, conjuga um verbo que conheças 
no presente do indicativo, soletra-o na segunda pessoa
do singular ao meu ouvido, 
dá-me qualquer coisa que me pareça eterno.

Basta-me que o teu olhar me encontre.

José Rui Teixeira

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