Mas é assim o poema:
construído devagar,
palavra a palavra,
e mesmo verso a verso,
até ao fim.
O que não sei é como acabá-lo;
ou, até, se o poema quer acabar.
Então peço-te ajuda:
puxo o teu corpo para o meio dele,
deito-o na cama da estrofe,
dispo-o de frases
e de adjectivos até te ver,
tu,
o mais nu dos pronomes.
Ficamos assim.
Para trás, palavras e versos,
e tudo o que não é preciso dizer:
eu e tu,
chamando o amor
para que o poema acabe.
(Nuno Júdice)
Um poema lindo, muito belo, mesmo...
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