Eu sou difícil de entender porque tenho o dom e a maldição de sentir ao expoente máximo. Faço uso das palavras de terceiros para dar voz a processos tão íntimos que jamais poderiam ser públicos de outra forma. Coisas que digo com a estupidez lata de quando não há mais nada a dizer, dão lugar a impulsos insensatos de recuperar algo que nunca mais poderei ter. Pensamentos projectados por imagens semelhantes, pequenos sinais do quão disforme vai ficando a minha mente em contacto com a realidade. É tão mais fácil viver a sonhar com as imagens dentro de mim. Mas a realidade e os sonhos parece que viajam em linhas paralelas, sendo que nunca se encontram e a verdade não se revela nos sonhos - essa nobre justiceira, de punho em riste, saúda a sua hora e não contempla a dor dos derrotados. Segredos insondáveis, sonhos suspensos, sonhos, sonhos... que elevaram tão alta a fasquia condenando-me a achar tudo e todos desinteressantes.
À parte disso, tenho tudo para ser feliz...
À parte disso, tenho tudo para ser feliz...
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