sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Oração


Há palavras que te escrevo dispostas a suportar o peso da distância. São impulsos, quase sempre
impulsos. Quase sempre duas mãos a indagar o silêncio, a perguntar à vida como se exercita o amor.
Crio rumores que te chegam como um fio, um sopro atrás do ouvido onde te suspiro nomes, paisagens reunidas em livros de horas, onde te sopro orações - a abóbada celeste, o teu coração.
Há palavras que te escrevo que existem como um traço contínuo. Como se o sentimento fosse demasiado vasto para invocar o silêncio, demasiado insistente para não responder à vida de volta.
Invento as certezas do nosso amor, hoje digo-te uma certeza, amanhã outra e à hora de adormecer confesso-me - hei de inventar a vida de volta fazer da certeza um hábito. Das palavras que te escrevo a contínua oração diária.


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