quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Amar é a ferramenta da inclusão


“Não podemos esquecer que amar e ser amado é um desejo e um direito de todos, independentemente do nível intelectual de cada um”
Frase de RODRIGUES, Cristina (2009)
In Seminário “Os afectos e a sexualidade na deficiência”
20 de Novembro de 2009

O desejo de amar e ser amado reporta-nos o pensamento para uma reflexão mais aprofundada sobre o tema, que engloba vários aspectos a nível emocional, relacional e social. Todo o ser humano quando nasce tem como característica a singularidade. Depois, pela vida fora, o convívio social e cultural, as nossas experiências e interacções outorgam-nos ainda mais estas diferenças, tornando-nos seres únicos e irrepetíveis. A necessidade de amor, de um modo particular, é a procura da felicidade. No entanto, quando esta necessidade se transforma em carência, deixa-nos vulneráveis e desequilibrados. Perante essa carência, vai diminuindo o nosso estado de receptividade pela associação do amor a vivências menos boas. Por exemplo, se nos sentirmos manipulados e pressionados perante os afectos, associamos ao amor a ideia de receber com o dever de retribuir, para além da nossa vontade, ou seja, encara-se o amor apenas como uma troca obrigatória de dar em concordância com o que se recebe, mas desprovido de verdadeiro afecto. Outro exemplo gritante será o caso de alguém com deficiência. Não é fácil a descoberta e aceitação das nossas diferenças em relação aos outros, mas sobretudo, perante nós próprios. Imagine-se o que é ser-se diferente da maioria dos que nos rodeiam e tentar encontrar o nosso lugar no mundo. O reconhecer da incapacidade tolhe a nossa imaginação e a esperança de ser amado, tal como se é. Sentimo-nos amados quando o outro nos aceita tal como somos. Portanto, dar amor é abrirmo-nos para receber o amor que o outro tem para nos dar. É dar um espaço de si para acolher o outro em seu interior. Deve a sociedade em geral, fazer uma tomada de consciência e colaborar para a integração e inclusão de todos, sem exclusão das pessoas portadoras de deficiência, e deve fazê-lo de forma natural através da aceitação, porque a deficiência não é contagiosa, mas o amor é. Devemos viver em pleno, despidos de preconceitos e tabus, encarando com naturalidade que cada um de nós encerra em si próprio um universo, sublimando a vida. Porque o amor deveria ser mesmo contagioso, proporcionando a todos ser felizes com aquilo que a vida lhes trouxe, sem culpas, sem frustrações e com a eterna convicção na felicidade.

Texto elaborado por Sara Sousa


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