"Mal transpus o portão, o parque pareceu-me imediatamente imenso e solitário. Ao entrar na sala de visitas, um silêncio tumular deslizou por entre os sofás, as cadeiras, o piano. No piano, a cabeça gigantesca do mouro já não era mais do que uma caveira. Precisava, como Beatrice sempre fizera, de a encher de flores, ou de deitar fora aquela jarra sem vida. Fui ao jardim procurar rosas e parras, mas a escuridão descera para esconder as cores e os meus dedos só encontraram espinhos."
In "A arte da alegria"
Goliarda Sapienza
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