Posso tecer um poema... com pedaços de nuvens, retalhos de ventos, fios do orvalho, sedas de mares, meadas de primaveras, linhos de noites, plumas de pássaros, cambraias de lagos.
Posso bordar um poema... com os olhos da saudade, com os dedos dos segredos, com as mãos do desejo.
Posso semear um poema... na terra amorada, no solo do cio, nos vales do gosto, nas leiras do gozo.
Posso editar um poema... nas consoantes de silêncios aflitos, por entre vogais de vontades afogadas.
Posso sonhar um poema-porto... com serenadas velas, tempestades amordaçadas, e a paz, ancorada em minha sala.
No poema... posso sangrar motivos, e este jeito chuva de ser, quase um grito.
Poema de Ana Merij
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